As cópias que o Museu Nacional de Arte Antiga pendurou nas ruas de Lisboa vão a leilão esta quarta-feira. A base de licitação é 100 euros cada uma, um valor simbólico para as réplicas das pinturas famosas mais mediatizadas de sempre em Portugal.
O leilão é a segunda fase da iniciativa “ComingOut”, que embelezou lisboetas e turistas que passaram por algumas ruas da capital. Algumas obras foram mesmo levadas por desconhecidos.
“Fazia parte da experiência ver o que iria acontecer”, afirma à Renascença o director do museu, António Filipe Pimentel.
“Em 48 horas, poderia haver destruição total ou parcial, actos de vandalismo, mas o que aconteceu foi uma preservação praticamente a 100% das obras, até das que foram apropriadas para uso privado e aquela experiência da margem Sul, que acabou por ser uma apropriação para uso público. Quando as pessoas se apropriaram, não destruíram; apropriaram-se da beleza daquelas imagens”, considera.
António Filipe Pimentel diz ainda que, com o leilão, “as pessoas podem adquirir uma relíquia de um projecto e com isso mobilizarem-se generosamente para contribuir para a aquisição de uma nova obra.
A ideia é juntar dinheiro para a compra de outras obras. “Na verdade, trata-se de uma mobilização a favor desta nova causa de aquisição de uma obra central do património artístico português para o museu que é de todos”. A obra é causa é a tela "A Adoração dos Magos", que Domingos Sequeira pintou em 1828 e da qual o Museu Nacional de Arte Antiga possui o desenho final e vários outros preparatórios.