As avenidas do centro de Barcelona foram transformadas, esta sexta-feira, num campo de batalha, após mais de cinco horas de confrontos violentos entre grupos radicais de jovens independentistas e a polícia espanhola.
Depois de uma primeira manifestação pacífica, que reuniu mais de meio milhão de pessoas na tarde desta sexta-feira, os tumultos regressaram às ruas de Barcelona ao cair da noite.
Em vários pontos da cidade espanhola foram incendiados contentores de lixo e carrinhas policiais. 22 pessoas foram detidas e pelo menos 89 ficaram feridas, 3 com gravidade.
A polícia disparou balas de borracha e avançou sobre os manifestantes com gás lacrimogéneo e a canhões de água.
Cerca de 4.500 pessoas causaram distúrbios no centro e periferia de Barcelona, de acordo com as forças de segurança catalãs. Deste grupo, 500 foram classificadas pela polícia como "muito violentas".
Durante toda a tarde quinze estradas da rede principal da Catalunha estiveram cortadas, incluindo o acesso à fronteira com França.
Desde o início da semana de protestos, foram detidas 128 pessoas e 207 polícias ficaram feridos. A informação foi avançada, esta sexta-feira, por Fernando Grande-Marlaska, ministro do Interior espanhol. "800 contentores forma incendiados e 100 veículos policiais sofreram danos", acrescentou.
À saída de uma reunião de emergência, convocada por Quim Torra, presidente da Generalitat de Catalunha, o Governo defendeu que é essencial isolar os grupos violentos e apelou aos cidadãos que participem de maneira cívica em todas as manifestações.
A reunião deverá retomar amanhã às 07h00 (hora de portugal continental) no Palácio da Generalitat da Catalunha. Está agendada uma conferência de imprensa para as 09h00 e às 19h00 será feito um novo balanço da situação.
A paralisação geral foi convocada pelos sindicatos independentistas Intersindical-CSC e Intersindical Alternativa de Catalunya (IAC), em protesto contra a condenação pelo Tribunal Supremo espanhol dos 12 dirigentes políticos.