“Estava em casa sentado, de repente senti que o sofá estava a mexer. Vi logo que havia qualquer coisa que não era normal. Fui à janela, vi gente a correr, gente a sair [de casa]. Depois fui para a rua, toda a gente estava nas ruas. Fugiram dos prédios. Estava tudo com medo", descreve o jogador que na década de 1990 e início do milénio jogou em Portugal, no Farense e no Benfica.
O ex-jogador conta ainda que há pessoas que só voltaram a casa de madrugada, às 03h00 ou 04h00, e que muitas ficaram mesmo a dormir nas ruas. "Se sentimos em Casablanca, imagine-se nos lugares à volta de Marraquexe, onde foi muitíssimo forte. Muita gente morreu. Foi uma tragédia grande, uma coisa que não esperávamos”, relata.
Hassan estava em Casablanca mas em Marraquexe, próximo do epicentro do sismo vive outro ex-jogador do Benfica, Tahar. Hassan já falou com o ex-intermacional marroquino e com a família, que estão bem.
Em Marrocos, as autoridades locais, fizeram uma atualização do número de vítimas mortais. Já estão confirmadas 2.012 mortes e 2.059 feridos, incluindo 1.404 feridos graves, de acordo com um relatório atualizado do Ministério do Interior às 22h00 deste sábado.
Mas na cidade, o cenário que Tahar relatou é de horror. “Ele teve muito medo. Teve de fugir para a rua, com a família, com os filhos. Diz que viu casas a ruir, que foi uma coisa que só se vê nos filmes.”.
Perante a dimensão da tragédia, Hassan teme que o número de mortos venha a subir à medida que os trabalhos de resgate decorrem. “As casas caíram em cima de pessoas. Agora têm estado a tirar algumas que ainda estão vivas, mas também outras já mortas”, sublinhou.
Nome que ficou na memória dos portugueses e, em particular dos adeptos do Benfica e do Farense, Hassan recebeu inúmeras mensagens de Portugal.
“Quero agradecer a todos. Eu sou marroquino, mas também português e é bom saber que as pessoas se preocupam comigo e com o povo marroquino”, rematou.