O primeiro-ministro garante que não vai demitir o ministro da Defesa ou a ministra da Justiça, quando confrontado com o caso do furto de armas em Tancos pela líder do CDS, Assunção Cristas, durante o debate quinzenal no Parlamento.
"Como é público e notório, não só mantenho o ministro da Defesa como a ministra da Justiça. Mantenho todos os ministros do meu Governo", declarou António Costa.
Na resposta Assunção Cristas manifestou alguma estranheza, porque só tinha falado do ministro da Defesa, Azerero Lopes, e não mencionou a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.
O chefe do Governo prosseguiu salientando que "não é da responsabilidade de nenhum ministro estar à porta de um paiol para evitar que seja assaltado”, mas sim tomar medidas quando é alertado para a falta de condições de segurança e apurar o que falhou, o que aconteceu, argumenta.
"Quando o apuramento de tudo estiver concluído, talvez a sra. deputada tenha uma enorme desilusão sobre as responsabilidades políticas neste caso", salientou.
O CDS defende uma comissão parlamentar de inquérito ao caso de Tancos. António Costa considera que "é preciso aguardar com tranquilidade que a investigação policial decorra e apure o que houver para apurar".
O primeiro-ministro admite que "alterações institucionais" na área da justiça militar "são sempre possíveis" mas nunca "no calor dos acontecimentos", após questionado pelo BE sobre a razão de ser de uma Polícia Judiciária Militar.
"Há uma coisa que garanto, não se tomam decisões institucionais perante problemas pontuais. As alterações institucionais são sempre possíveis, mas no quadro devido, no tempo devido e não no calor dos acontecimentos", afirmou António Costa.