Fumar só a partir dos 100 anos? A batalha de um legislador do Hawai que já foi médico
06-02-2019 - 14:20
 • Renascença

Projeto-lei apresentado pelo democrata Richard Creagan não abrange tabaco de mascar, charutos nem cigarros eletrónicos.

Um legislador do estado norte-americano do Hawai quer aumentar a idade legal para consumo de cigarros para os 100 anos, proibindo efetivamente o consumo para a vasta maioria dos seus habitantes.

O projeto-lei foi apresentado pelo médico democrata Richard Creagan, que antes de ser eleito para a legislatura estatal em 2014 trabalhava nas urgências de um hospital. Na proposta que apresentou esta semana, Creagan classifica os cigarros como "o artefacto mais letal da história humana".

Para entrar em vigor, o diploma, que não se aplica a charutos, cigarros eletrónicos nem a tabaco de mascar, tem de ser aprovado por uma maioria dos legisladores do Hawai e sobreviver ao poderoso lóbi das tabaqueiras.

Em janeiro de 2017, o Hawai tornou-se o primeiro estado dos EUA a aumentar para 21 anos a idade legal para fumar. Na maioria dos estados norte-americanos, qualquer pessoa a partir dos 18 anos pode comprar e consumir cigarros legalmente.

O projeto-lei HB 1509 sugere um aumento faseado da idade legal para fumar: se for aprovado, em 2020 a idade subirá para os 30 anos, depois para os 40 em 2021, para os 50 no ano seguinte, para os 60 em 2023 e finalmente para os 100 ou mais anos a partir de 2024.

Ao jornal local "Hawaii Tribune-Herald", Richard Creagan diz que a "indústria ridiculamente má" do tabaco produz cigarros para que sejam "altamente viciantes, sabendo que são altamente letais". "Se não permitimos o livre acesso das pessoas a opiáceos, por exemplo, ou a qualquer medicamento que necessita de prescrição médica", argumenta o legislador, deve fazer-se o mesmo com os cigarros.

Cerca de meio milhão de pessoas morrem nos EUA a cada ano por doenças relacionadas com o consumo e exposição ao tabaco. Segundo o Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças, fumar é a principal causa de doenças e mortes evitáveis no país.