Os hospitais da Margem Sul reúnem-se de emergência, na tarde desta terça-feira, para tentarem resolver a falta de médicos e assegurarem as urgências no período do verão.
A Renascença apurou que a reunião está marcada para as 15h00.
O hospital de Setúbal já fez saber que não consegue garantir as escalas de obstetrícia durante 21 dias e hoje vai tentar encontrar uma solução com os hospitais Garcia de Orta e Barreiro-Montijo.
Entretanto, a comissão de acompanhamento criada em resposta à crise nos serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia pretende uma harmonização dos valores pagos aos médicos tarefeiros nos hospitais, considerando que atualmente existe "um leilão de preços".
"Pedimos às Administrações Regionais de Saúde todas que definissem os valores pagos aos tarefeiros, aos médicos prestadores de serviços, para o verão de 2022, para que houvesse uma maior harmonização e um planeamento mais a longo prazo destas situações", disse à agência Lusa Diogo Ayres de Campos, responsável pela comissão de acompanhamento, no final de um dia de reuniões com várias entidades do setor.
De acordo com o médico, o que se passa atualmente é "um leilão de preços", ou seja, cada hospital, de acordo com as necessidades que tem, vai oferecendo "preços muito variados".
"Queremos que haja uma certa harmonização desses preços, que não sejam preços disparatados, mas que sejam pré-acordados e que façam com que as pessoas decidam" antecipadamente, explicou.
"Às vezes os prestadores de serviços decidem em cima dos acontecimentos, porque estão à espera de preços e assim impedia que essas decisões fossem feitas em cima do acontecimento e permitia planear com mais antecedência estas coisas", exemplificou.
A comissão acordou também com a Direção-Geral da Saúde um plano para atualizar "algumas orientações clínicas" para o transporte de grávidas entre instituições.
Nos últimos dias, vários serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e bloco de partos de vários pontos do país tiveram de encerrar por determinados períodos ou funcionaram com limitações, devido à dificuldade dos hospitais em completarem as escalas de serviço de médicos especialistas.
Para dar uma resposta a esta situação a ministra da Saúde, Marta Temido, criou na semana passada uma comissão de acompanhamento constituída por seis elementos.