A Groundforce e a TAP chegaram esta quinta-feira a um entendimento que desbloqueia provisoriamente o impasse na empresa e permite pagar os salários aos 2.400 trabalhadores, anuncia a empresa de handling, em comunicado.
"O acordo alcançado agrada à Groundforce, até porque é muito semelhante ao que a empresa propôs desde o início. A Groundforce está, naturalmente, satisfeita por ter sido possível encontrar uma solução que permita pagar os salários aos trabalhadores e pôr fim à angústia de 2.400 famílias", refere a empresa.
A Groundforce, cujo acionista maioritário é a Pasogal, de Alfredo Casimiro, adianta que, "resolvida a urgência", "continuará a empenhar os seus melhores esforços, certamente com o apoio dos acionistas Pasogal e TAP, no sentido de resolver a questão de fundo".
"É preciso criar as condições para que a empresa possa desenvolver tranquilamente a sua atividade, como aconteceu nos últimos oito anos, preservando os postos de trabalho e o valor criado", refere o comunicado.
A Groundforce acredita que, depois do entendimento alcançado "que desbloqueia provisoriamente o impasse na empresa", contará com a "celeridade das entidades oficiais" por forma a obter o empréstimo com o aval do Estado "que permitirá recuperar, de forma definitiva, o normal funcionamento da empresa".
A empresa de "handling" lembrou, ainda, que a empresa e os seus trabalhadores "são vítimas exclusivamente da covid-19".
O jornal "Público" avança que o impasse foi quebrado com um entendimento para a venda de equipamento à TAP.
O negócio, no valor de sete milhões de euros, inclui viaturas de reboque de aviões e autocarros de aeroporto.
Os trabalhadores da Groundforce ficaram a saber, no final de fevereiro, que devido ao impacto da pandemia, a empresa não tinha dinheiro para o pagamento de salários e iniciaram uma série de manifestações a pedir a intervenção do Governo.
Depois de vários dias de negociações entre a TAP, que detém 49,9% da SPdH (conhecida pelo seu nome comercial, Groundforce), e a Pasogal, acionista maioritário da empresa de "handling" com 50,1% do seu capital social, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, informou os representantes dos trabalhadores que as ações da Pasogal já se encontravam penhoradas, não podendo ser dadas como garantia para um adiantamento da TAP de 2,05 milhões de euros para pagamento de salários de fevereiro, nem para um empréstimo bancário com aval do Estado de 30 milhões de euros das linhas Covid.
No domingo, a TAP propôs à Pasogal disponibilizar 6,97 milhões de euros, através de um aumento de capital e não de um adiantamento, proposta que a empresa de Alfredo Casimiro disse, na terça-feira, estar disponível para considerar.
Esta tarde são ouvidos no parlamento o presidente do Conselho de Administração da Groundforce e administrador da Pasogal, Alfredo Casimiro, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, bem como os sindicatos e a Comissão de Trabalhadores (CT).