A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) mostra-se favorável ao fim da hora de inverno, como vai propor a Comissão Europeia.
A proposta foi anunciada esta sexta-feira pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e surge depois de um inquérito online respondido por 4,6 milhões de europeus.
Em declarações à Renascença, o presidente da Confap, Jorge Ascenção, diz que a alteração faz com que haja luz solar na hora da saída da escola e aumenta a segurança dos alunos.
“De facto, é triste depois de um dia de trabalho, as crianças estão cansadas, às 17h00 começa a ser noite e estão a ter aulas. Além do cansaço, já a própria noite está a convidá-las, em termos psicológicos, a relaxar, a deixar o trabalho”, argumenta.
“Mesmo em termos de segurança na deslocação escola-casa, é muito mais seguro e tranquilo para as famílias saberem que os filhos saem às 17h30/18h00. Nem todos os podemos ir buscar à escola, normalmente, de manhã, uma boa parte de nós consegue levá-los, ir buscá-los é um pouco mais complicado devido aos horários laborais e eles ainda têm a luz do dia para chegar a casa”, sublinha Jorge Ascenção.
A proposta de Bruxelas ainda terá de ser aprovada pelo conselho e pelo Parlamento Europeu.
Uma maioria "muito clara" de 84% dos cidadãos europeus pronunciaram-se a favor do fim da mudança de hora na consulta pública realizada este verão, de acordo com resultados preliminares divulgados esta sexta-feira pela Comissão Europeia.
Os resultados preliminares publicados pelo executivo comunitário - os finais serão divulgados "nas próximas semanas" - revelam que os portugueses que participaram no inquérito "online" estão em linha com a média europeia, já que 85% também defenderam que deixe de se mudar o relógio duas vezes por ano, o que Bruxelas pretende agora implementar, com a apresentação de uma proposta legislativa.
Naquela que foi, de forma destacada, a consulta pública mais participada de sempre, com mais de 4,6 milhões de contributos oriundos de todos os Estados-membros, a maior parte das respostas veio da Alemanha, onde o assunto foi particularmente mediatizado, apontando a Comissão que a taxa de participação em percentagem da população nacional variou entre os 3,79% na Alemanha e os 0,02% no Reino Unido, tendo em Portugal participado no inquérito 0,33% da população.