As autoridades do Sri Lanka reviram em baixa o número de mortos dos atentados bombistas do Domingo de Páscoa. O número oficial de vítimas mortais passou de 359 para 253, anunciou o vice-ministro da Defesa do Sri Lanka.
O motivo para tal discrepância, diz, é a dificuldade das morgues em identificar os corpos, alguns dos quais desmembrados.
O diretor-geral dos serviços de saúde do país avançou também à agência Reuters que o número mortos estaria entre os 250 e os 260. “Há tantas partes de corpos que é difícil dar um número preciso”, disse Anil Jasinghe.
As explosões em três igrejas e quatro hotéis colocaram em evidência falhas nos serviços de inteligência, que já saberiam da ameaça de atentado.
Demissão do mais alto responsável do Ministério da Defesa
Na quinta-feira, demitiu-se o secretário da Defesa do Sri Lanka. “Ele disse ao Presidente que aceita a responsabilidade” pelo fracasso das forças de segurança antes dos atentados, declarou a fonte que não quis ser identificada.
O Sri Lanka reconheceu que fracassou na missão de assegurar a segurança nacional, por dispor de informações prévias de serviços secretos que indicavam que um movimento islamita local se preparava para realizar atentados.
Em 11 de abril, o chefe da polícia do Sri Lanka escreveu uma nota de alerta, indicando que o National Thowheeth Jama’ath (NTJ) preparava ataques suicidas contra “igrejas emblemáticas”.
O alerta baseava-se em elementos fornecidos pelos serviços secretos indianos, indicou hoje à AFP uma fonte com conhecimento do dossier.
O documento foi transmitido a vários altos responsáveis, mas não ao primeiro-ministro nem ao vice-ministro da Defesa, num contexto de guerra aberta entre o Presidente e o primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe.
“Houve claramente uma falha da comunicação dos serviços secretos. O governo deve assumir as suas responsabilidades pois se a informação tivesse sido transmitida às pessoas corretas poder-se-ia talvez ter evitado ou minimizado” os atentados, disse na quarta-feira, em conferência de imprensa, o vice-ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene.