Rio em terreno de esquerda. Se o PSD ganhar as legislativas “sai a sorte grande” a Portugal
18-01-2022 - 14:13
 • André Rodrigues , Rosário Silva

Numa arruada com menos gente do que nos últimos dois dias, Rio mostrou-se confiante e admitiu que também quer “uma maioria absoluta”, daí não criticar o secretário-geral do PS, António Costa.

O terreno é, por tradição, de esquerda, mas isso não intimida o líder do PSD que, esta manhã, percorreu a partir da Praça Bocage, as estreitas ruas do centro histórico de Setúbal, à procura do contato com a população e comerciantes da zona.

No estilo bem-humorado que o caracteriza, entre raspadinhas e jogos, numa das Casas da Sorte da cidade, Rui Rio acabou mesmo por afirmar que se o PSD ganhar as eleições legislativas “sai a sorte grande” a Portugal.

“É melhor do que sair a sorte grande se votarem no PSD”, disse, e, já na rua, aos jornalistas, voltaria a sublinhar a ideia: “Se o PSD ganhar as eleições sai a sorte grande a Portugal, é isso que eu estava a dizer”.

Mesmo jogando “muitas vezes”, Rui admitiu que nunca lhe “saiu nada que se visse”, nada que o demova de mostrar “confiança” para ganhar o ato eleitoral de 30 de janeiro, tanto mais que é sua convicção que o voto dos portugueses vai “no sentido contrário” ao resultado das sondagens.

Nas legislativas de 2019, o PS foi o partido vencedor e o PSD foi o terceiro partido mais votado no distrito de Setúbal, com três deputados eleitos. Agora, o objetivo é eleger, pelo menos, mais um, não apenas em Setúbal, mas em distritos onde os socialistas são mais fortes.

“A zona de esquerda onde há mais força é, justamente, Lisboa e Setúbal, e é onde nós podemos subir para contrariar isso. Em Castelo Branco, por exemplo, subir é fácil, na Guarda também podemos. Conquistar Beja e Évora também é possível, onde não temos deputado, Portalegre também”, adiantou, sublinhando ter “noção de como as coisas podem funcionar”.

Na terça-feira, o secretário-geral do PS, no debate que juntou todos os partidos com representação parlamentar, falou numa maioria absoluta. Esta manhã, o presidente do PSD, comentou dizendo que não pode criticar António Costa.

“Porque eu também quero uma maioria absoluta, portanto não o posso criticar por isso”, frisou.

Também não será por falta de união do seu partido que isso não vai acontecer. Rui Rio garante que já não há adversários internos e que o PSD está unido para estas legislativas.

Apesar das palavras de ordem habituais nas campanhas eleitorais, a arruada em Setúbal teve muito menos gente do que em Lisboa ou Barcelos, o que não preocupa o líder do PSD, convicto que a campanha está a funcionar.

“Se eu comparar com as legislativas de 2019 é muito diferente, com a anuência do público muito superior aquilo que é normal”, observou.

Quanto à substituição de João Ferreira, da campanha da CDU, por se ter sentido indisposto, Rui Rio disse ainda não saber de nada e esperar que “ele recupere, como é evidente”.

Hoje foi conhecido que o dirigente comunista João Ferreira testou hoje positivo à Covid-19 e vai abandonar a campanha eleitoral da CDU, sendo substituído por João Oliveira nas ações desta semana.

Na jornada desta manhã, e antes de partir para o Fundão e Castelo Branco, onde vai terminar o dia de campanha, o líder social-democrata, fez-se acompanhar pelo cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Setúbal, Nuno Carvalho, e também pelos números dois e três, respetivamente, Fernando Negrão e Fernanda Velez.