Barco com 22 migrantes marroquinos intercetado no Algarve
15-06-2020 - 08:24
 • Marta Grosso , Carla Fino , Celso Paiva Sol

Os homens foram detetados na praia de Vale do Lobo por um pescador. Vão agora ser testados à Covid-19.

Um grupo de 22 “que alegam ser marroquinos” foram intercetados na madrugada desta segunda-feira pela Polícia Marítima.

O alerta foi dado por um pescador, diz à Renascença o comandante Fernando Rocha Pacheco, da Polícia Marítima de Faro, segundo o qual o grupo foi intercetado “às 4h50” desta segunda-feira.

A embarcação foi intercetada “já a iniciar o desembarque em Vale do Lobo, foi dirigida para o porto de Quarteira, onde ainda se encontra, e as pessoas inquiridas”, adianta a mesma fonte.

Os 22 homens estão entregues ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e ao INEM.

Os inspetores do SEF estão a tratar das identificações e de perceber as circunstâncias em que viajaram de Marrocos numa pequena embarcação a motor.

Será igualmente o SEF a tratar do processo, caso estes marroquinos peçam asilo a Portugal.

Por seu lado, o INEM tem providenciado as necessidades básicas – como assistência médica e alimentar – mas está também a testar todo o grupo para a Covid-19.

Durante a tarde, o grupo deverá ser levado para a Zona de Apoio à População de Quarteira, um espaço criado há pouco tempo para acolher pessoas direta ou indiretamente afeadas pela pandemia. Será aí que vão aguardar pelos resultados dos testes à Covid-19, mas também pelas decisões do SEF.

Este é já o segundo caso em poucos dias de interceção de barco com migrantes no Algarve. No passado dia 6 de junho, em Olhão, com sete marroquinos foram intercetados a bordo de uma outra embarcação.

Mas, nos últimos seis meses, é o quarto desembarque de imigrantes na costa algarvia:

O primeiro foi a 11 de dezembro do ano passado. Na pequena embarcação vinham oito marroquinos.

Depois, a 29 de janeiro, chegaram mais 11 marroquinos.

Juntam-se a este o de 6 de junho e o desta segunda-feira, 15 de junho.

Os três grupos anteriores pediram asilo a Portugal e a todos essa pretensão foi recusada.

Entre recursos administrativos e outras diligências, as autoridades nacionais já perderam o rasto a mais de metade destes requerentes.


[Notícia atualizada às 9h50 com declarações do comandante da Polícia Marítima à Renascença]