O presidente do PSD perguntou esta quarta-feira ao primeiro-ministro se pretende “fomentar o desemprego” com a promessa de um “aumento significativo” do salário mínimo nacional, comparando essa atitude à do executivo socialista liderado por José Sócrates em 2009.
“Faz-me lembrar quando o Governo do PS do engenheiro Sócrates aumentou os funcionários públicos em 2,9%, sem condições para o fazer, e em seguida teve de cortar esses salários”, criticou Rui Rio, no arranque do debate parlamentar sobre o esboço do Plano de Recuperação e Resiliência (Plano 2020/2030).
Em seguida, a líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, admitiu ter ficado surpreendida com este “contributo para o debate” por parte do PSD, mas considerou que “faz jus à história” do partido.
“Não estávamos à espera que o senhor deputado Rui Rio recuperasse argumentos de 2015 sobre o papão do aumento do salário mínimo nacional como se isso fosse impedir o crescimento da economia”, lamentou.
O líder do PSD reiterou que este plano deve ter como prioridade as empresas e disse ser favorável a aumentos do salário mínimo num quadro de “desemprego baixo e com economia a crescer”.
“Mas no presente em que o desemprego é enorme, em que a economia está a cair e a inflação é nula e negativa, qual o objetivo do Governo em aumentar o SMN? Fomentar mais o desemprego, aumentar mais as falências, agravar os custos das empresas?”, questionou, dizendo estar consciente que este discurso “não é agradável” e “não rende um voto”.