Conseguir emprego nem sempre é uma tarefa fácil. No caso de ter algum tipo de incapacidade física ou uma deficiência, o caso é ainda mais difícil.
A Valor T, agência de empregabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, oferece oportunidades a pessoas com deficiência como Ricardo e João, jovens que conhecemos em reportagem do podcast Dar Voz às Causas da Renascença.
Esta quinta-feira, em entrevista com Paulino Coelho na Renascença, a diretora Vanda Nunes, explicou que a diferença desta agência é "tratar cada pessoa como uma pessoa".
Como é que funciona esta ponte entre pessoas com deficiência e as empresas? Têm empresas associadas ou inscritas na Valor T que facilitam o processo?
Sim, a Valor T nasceu há cerca de 2 anos, no Dia do Trabalhador, porque era neste dia que queríamos criar agenda para um projeto que se destina a empregabilidade de pessoas com deficiência e que, no fundo, em que a Santa Casa procura contribuir para aquilo que é um desígnio nacional que a todos nós compete, constitucional e civilizacional, de que todos possam ter acesso a um emprego digno.
O T é de todos, é de tempo, de talento. Talento que transforma. É um projeto focado, não na incapacidade, mas na capacidade e no talento que cada pessoa tem. A diferença, que é a deficiência, não pode significar diferença na equidade na oportunidade de integrar o mercado de trabalho e por isso é que concebemos este projeto.
Juntos, criamos uma rede colaborativa dentro da Santa Casa, em que juntámos a ação social, saúde, a comunicação e a informática. Tem sido um projeto muito, muito exigente e enriquecedor. E para o qual, as empresas são absolutamente fundamentais. Sem elas, não há nem se gera emprego.
Quantas pessoas já ajudaram?
Há muito, muito, muito a fazer. Nestes 2 anos de de trabalho, temos mais de 1.600 pessoas registadas no Valor T, com as quais falamos quase todos os dias, sempre que nos contactam por via e-mail, telefone ou através da nossa plataforma. Parte dessas 1.600 pessoas, começámos por conhecer. Esse foi o nosso primeiro desafio e ao mesmo tempo que chamávamos as empresas para este caminho, temos cerca de 180 empresas connosco.
Dessas cerca de 50 já estão em processo de recrutamento. Isso permitiu, neste momento, já ter conseguido acompanhar mais de 250 pessoas integradas no mercado de trabalho. E há um mundo a fazer. Destas 1.600 pessoas, já enviamos para as cerca de 50 empresas que estão a recrutar mais de 700 perfis.
Claro que as empresas depois fazem o seu trabalho de avaliação, entrevistam os que decidem entrevistar, porque se trata aqui de um processo contínuo, exigente, com tempo, e nós tratamos cada pessoa como uma pessoa. Tentamos procurar saber o que quer fazer, o que gostaria de fazer e o que se sente mais capaz de fazer, porque é um projeto focado na capacidade e não na incapacidade.