Amianto ou poliuretano? Não a ambos. A Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza diz que o material que está a ser utilizado em muitas escolas para substituir o amianto é “altamente inflamável” e tem componentes cancerígenos.
O alerta é feito ao jornal “Público” pela coordenadora daquela associação, Carmen Lima, segundo a qual as coberturas com amianto estão a ser substituídas por painéis que têm um material combustível da mesma família do que foi utilizado na Associação Recreativa de Vila Nova da Rainha, Tondela, onde um incêndio matou oito pessoas e fez 32 feridos.
Escreve o jornal que os incêndios em edifícios que tenham estes materiais têm-se caracterizado por um elevado número de vítimas mortais, mortes que são provocadas sobretudo pela rápida libertação de fumos tóxicos. Como exemplo é dado o fogo na torre de Grenfell, em Londres, em Junho passado.
A mesma responsável denuncia que “tal como está a acontecer com as obras de remoção do amianto, as soluções de substituição adoptadas têm apenas um critério: ser as mais baratas possíveis”.
Em relação às obras de remoção do amianto, Carmen Lima indica que têm chegado muitas denúncias à Quercus que dão conta de que estas intervenções estão a ser feitas “de forma descontrolada” e sem recurso a empresas certificadas para o efeito.
A utilização de coberturas com amianto está proibida em Portugal desde 2005, porque a exposição a este elemento está associada a casos de cancro.