O Secretário-geral das Nações Unidas diz que o mundo está numa “emergência oceânica”, apelando esta segunda-feira a um esforço conjunto para travar o aquecimento global e as alterações climáticas.
“Infelizmente, tomámos o oceano como garantido. Hoje vivemos aquilo a que eu chamaria uma emergência oceânica”, disse António Guterres, na abertura da Conferência dos Oceanos, organizada pelas Nações Unidas, no Parque das Nações, em Lisboa.
Guterres, que começou por ser aplaudido depois de ter pedido para falar por breves instantes em português, sua língua materna, disse ainda que é preciso “virar a maré” no que toca ao ambiente.
“O aquecimento global está a aumentar, as temperaturas dos oceanos estão em níveis recorde, a criar tempestades mais frequentes e mais ferozes, o nível das águas está a subir, as ilhas e as cidades costeiras estão a sofrer inundações”, foram alguns dos efeitos das alterações climáticas listados no seu discurso.
O líder da ONU pediu ainda que esta conferência seja “um momento de unidade entre todos os Estados-membros em matéria de assuntos marítimos e na proteção e preservação dos nossos oceanos”.
Também apelou a que todos se unam à iniciativa lançada recentemente pela Nações Unidas para garantir a segurança das comunidades costeiras e daqueles cujas vidas dependem dos oceanos, no espaço de cinco anos. E terminou com um provérbio em Suaili, a língua oficial do Quénia: Bahari itatufikisha popote, o oceano leva-nos a todo o lado.
"Ajuda a abrir novos horizontes e um futuro mais justo e sustentável para todos", reforçou Guterres, depois de pedir que sejam delineados "planos credíveis para cumprir os objetivos".