Mais de 50 pessoas reuniram esta sexta-feira na praça Luís de Camões, em Lisboa, para um protesto contra o alegado massacre de civis na cidade síria de Alepo, parcialmente controlada por forças da oposição ao regime.
A concentração foi marcada para o período entre as 18h30 e as 22h00 numa das praças mais turísticas da capital portuguesa. À hora marcada estavam no local quase 30 pessoas, alguns deles estudantes sírios, com um enorme faixa a dizer "Portugal com Alepo - Stop Massacre Assad/Putin".
#stop_aleppo_lisbon Praça Luís de Camões pic.twitter.com/FMxGZ3P779
— ElsaAraújoRodrigues (@elsaarodrigues) December 16, 2016
A faixa também continha inscrições em árabe que faziam uma referência ao dia de hoje, uma sexta-feira de solidariedade para com a cidade de Alepo.
Em declarações aos jornalistas presentes no local, Pedro Fortunato, do Movimento Alternativa Socialista (MAS) - que se associou ao protesto - desvalorizou a escassa presença de pessoas no protesto, que se realizou num dos dias mais frios deste Inverno em Lisboa.
"As pessoas que sabem o que está a acontecer neste momento [em Alepo] e que se importam, esperamos que venham. As que não sabem que fiquem a saber e que fiquem conscientes da carnificina, dos crimes de guerra, das atrocidades que estão a ser cometidas, da quantidade de civis mortos, do cessar-fogo que não o são", disse Pedro Fortunato, de 28 anos.
A evacuação dos bairros rebeldes da cidade síria de Alepo foi hoje suspensa, disse uma fonte militar síria, acrescentando que estava "suspensa, mas não concluída".
A evacuação de Alepo integra-se num acordo de cessar-fogo negociado entre a Rússia e a Turquia e que entrou em vigor na quinta-feira, depois de ter fracassado numa primeira tentativa na véspera.
As forças sírias do Presidente Bashar al-Assad acusaram a oposição de não ter respeitado os termos do acordo.
Segundo o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, cerca de 50.000 pessoas continuam em Alepo leste.
Cerca de meia hora depois de começar o protesto em Lisboa - foram marcados protestos semelhantes para a mesma hora para o Porto, Coimbra e Faial - a concentração já reunia mais de meia centena de manifestantes.
Pedro Fortunato disse que este tipo de acção não vão parar "até o massacre parar em Alepo".
"Esperamos não parar até que pare a guerra civil [na Síria]. Mas tudo depende das pessoas que cá estão, da sua própria vontade de continuar o protesto. Se quem cá está tiver vontade de dar continuidade a esta vigília, com outras vigílias, com concentrações, manifestações ou outro tipo de iniciativas, seguramente estaremos cá para responder", concluiu.
Os manifestantes acenderam velas em cima das faixas - estendidas no chão - em sinal de protesto contra o massacre de Alepo e em solidariedade para com as vítimas do conflito.