Veja também:
- Cinco perguntas para perceber a detenção de Luís Filipe Vieira
- Ministério Público detalha esquema de fraude de Vieira e Bruno Macedo em prejuízo do Benfica
- Todas as notícias sobre a Operação Cartão Vermelho
O presidente do Comité Olímpico Português (COP) mostra-se bastante preocupado com as suspeitas que pairam sobre Luís Filipe Vieira, presidente suspenso do Benfica, pois considera que dão má imagem a todo o desporto, e pede novos mecanismos de transparência.
Em entrevista a Bola Branca, José Manuel Constantino salienta que, venham ou não os alegados ilícitos de Vieira a ser provados, "os efeitos colaterais deste problema atingem e põem em causa todo o desporto".
"Se optamos por uma atitude não de denúncia, não de exigência, mas de silêncio, tornamo-nos cúmplices de uma situação que não diz apenas respeito ao presidente do clube em causa ou ao cube ou à modalidade, mas atinge todo o desporto. A parte sã do desporto tem de se indignar, tem de se revoltar e tem de exigir a adoção de práticas que permitam restituir confiança e respeitabilidade social", sublinha.
Para o presidente do COP, "é necessário salvaguardar a integridade" do desporto, algo que exige a adoção de "critérios de maior transparência, do ponto de vista de gestão de recursos, que permitam maior escrutínio".
"Quer da parte da comunicação social, quer da parte dos associados, quer da parte da opinião pública em geral. E exige atitudes exemplares, da parte dos dirigentes desportivos, que restituam um clima de confiança e de idoneidade que evite, muitas vezes, avaliações do tipo de que 'são todos iguais', de que 'por natureza o desporto é um lugar mal frequentado'."
Pelo que responde Vieira?
Na operação "cartão vermelho", Luís Filipe Vieira está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.
Também são arguidos o empresário José António dos Santos, também conhecido como "Rei dos Frangos", Tiago Vieira, o filho do presidente auto suspenso do Benfica, e o agente de futebol Bruno Macedo. A investigação que levou à detenção destes quatro indivíduos envolve financiamentos e negócios que superam os 100 milhões de euros.
A operação "cartão vermelho" investiga suspeitas de vários esquemas de fraude que causaram prejuízos não só à SAD do Benfica ou ao Novo Banco, mas também ao Estado português, através de impostos não cobrados e injeções de capitais públicos no Novo Banco e de financiamento ao Fundo de Resolução. Financiamentos que são suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".