André Villas-Boas lamenta as agressões de uma "guarda pretoriana" na Assembleia-Geral do FC Porto e pede ao Ministério Público que investigue os "atos bárbaros" que aconteceram.
Adeptos dos dragões foram agredidos no Dragão Caixa e centenas abandonaram o local após demonstrarem o seu desacordo com a atual direção e algumas das alterações aos estatutos propostas. A AG acabou suspensa e foi remarcada para o dia 20 de novembro.
Na manhã seguinte, na "Web Summit", o provável futuro candidato assumiu-se "ainda invadido pelas emoções", mas caracteriza os incidentes como "absolutamente lamentáveis e uma derrota interna para os órgãos sociais do FC Porto, que assistiram impávidos e serenos a agressões e intimidações múltiplas de uma guarda pretoriana aos associados do FC Porto".
Nesse sentido, Villas-Boas - que tinha pedido aos sócios do clube para marcarem presença em força no evento -, pede às autoridades que investiguem as agressões.
"Peço sinceramente às autoridades, ao Ministério Público, ao Ministério da Administração Interna, ao IPDJ, ao Secretário de Estado do Desporto, que peça com urgência as filmagens das câmaras da vigilância do Estádio do Dragão, do Dragão Arena, e proceda a uma investigação das agressões e dos atos bárbaros que se passaram ontem à noite", pede.
Villas-Boas afirma que os "associados uniram-se em massa porque querem expressar os seus sentimentos, e foi-lhes impedido esse direito, de se expressarem livremente e em segurança".
"No dia 20 não pode correr como esta correu, que deve decorrer da forma mais ordeira e segura possível para que as pessoas possam exprimir livremente o que pensam da proposta de alteração dos estatutos. As imagens que nós vimos ontem, de um miúdo com 19 anos, ao qual provavelmente é tirado o direito de voto, em choro e envergonhado com o seu clube, é o reflexo da situação que estamos a viver", diz, antes de prosseguir.
"Estamos reféns de uma guarda pretoriana que persiste em intimidar alguns sócios do FC Porto, que demonstram querer, em sua vontade, exercer o seu direito de voto, de se expressarem e de serem livres. Isto, no fundo, tem de terminar. Há uma reflexão profunda a ser feita do ponto de vista logística, da credenciação. Há também uma reflexão que o próprio Conselho Superior deve fazer, porque ontem também ficou evidente que a maior parte dos membros efetivos do Conselho Superior, dos quais algumas ilustres figuras públicas e políticas, não está presente", explica.
Villas-Boas foi questionado o motivo pelo qual a direção do FC Porto ainda não se tenha pronunciado.
"Não me cabe responder a isso, não posso responder pela direção do FC Porto. O que se passou ontem é uma derrota para o FC Porto e lamento imenso que tenha sucedido", termina.