O vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros avisou, este sábdo, os Estados Unidos da América de que poderá atacar os seus carregamentos de armas para a Ucrânia, nos locais tomados pelo exército russo, desde há duas semanas.
"Nós alertámos os Estados Unidos de que a entrega de armas que estão a organizar a partir de vários países não é apenas um movimento perigoso, é um ato que torna os comboios respetivos em alvos legítimos”, alertou Serguei Riabkov em entrevista ao canal televisivo, Pervy Kanal.
O ministro referiu-se nomeadamente aos sistemas de defesa aérea portáteis e aos sistemas de mísseis antitanques.
Serguei Riabkov afirmou também que as “garantias de segurança” pedidas pela Rússia ao Ocidente, incluindo a garantia de que a Ucrânia nunca ingressaria na NATO, deixaram de ser válidas.
“A situação mudou completamente. A questão agora é meter em prática os objetivos dos nossos líderes”, disse, referindo-se à “desmilitarização” da Ucrânia pedida pelo Kremlin.
“Se os americanos estiverem dispostos, é claro que podemos retomar o diálogo”, acrescentou, especificando que Moscovo estava pronto, em particular, no que diz respeito aos acordos Start para limitar os arsenais nucleares. “Tudo depende de Washington”, disse.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.