André Ventura acusou António Costa de se vitimizar ao classificar os cartazes exibidos por professores no sábado como racistas e assegurou que o partido não teve qualquer participação nessa manifestação referindo que "não corresponde à verdade".
Ventura classificou as acusações como sendo uma "tentativa de alguns líderes políticos, mas também comentadores e outras personalidades sindicais" de associarem o Chega aos protestos dos professores no sábado, nas comemorações do 10 de Junho, em Peso da Régua.
"O Chega não esteve presente nem se mobilizou para esses protestes, o Chega quando quer protestar assume. Em qualquer caso, acho que o senhor primeiro-ministro quis aproveitar claramente a ocasião e caracterização daqueles cartazes para se vitimizar", acusou. Em causa está a polémica em torno dos cartazes exibidos durante um protesto de professores que aproveitaram o 10 de Junho para se manifestarem no Peso da Régua e que António Costa considerou "um pouco racistas".
Em relação aos cartazes que foram exibidos no protesto, o líder do Chega demarcou-se de António Costa:
"Não compreendo em que é que aqueles cartazes traduzem qualquer expressão de racismo ou qualquer questão com pessoas com pessoas racializadas trata-se de um cartaz mais esotérico, mais ousado. O senhor primeiro-ministro quis, mais uma vez, menorizar a luta dos professores vitimizando-se".
Já quanto ao processo que envolve o Ministro das Infraestruturas, João Galamba e o computador que continha informação classificadas, o presidente do Chega desafiou hoje o Governo a esclarecer a atuação das "secretas" na recuperação do computador do ex-adjunto das Infraestruturas até quarta-feira, assegurando que, nesse caso, retira a proposta de comissão de inquérito sobre o tema.
Em declarações aos jornalistas , André Ventura anunciou também que o partido entregou um requerimento para voltar a ouvir na comissão de inquérito à TAP o ex-presidente da Parpública Pedro Ferreira Pinto, depois de o Correio da Manhã ter noticiado que o Governo tem, desde dezembro de 2015, uma "pen" com pareceres sobre os fundos Airbus, no valor de cerca de 226,8 milhões de dólares (202,5 milhões de euros, ao câmbio da época), que David Neeleman utilizou para capitalizar a TAP.
Para Ventura, "basta que o Governo diga o que aconteceu, quem falou com quem e qual é a base legal", assegurando que se tal ficar claro o Chega pedirá para retirar o seu projeto-lei da ordem do dia do plenário, desafiando os liberais a fazerem o mesmo.
Questionado se está certo que essa comissão de inquérito avançará -- é preciso maioria em plenário ou que seja pedida potestativamente por um quinto dos deputados -, o líder do Chega considerou que "o PSD já deixou claro que se não houver esclarecimentos" avançará para o inquérito obrigatório à atuação das "secretas".
"Ninguém a deseja, mas penso que para o líder da oposição, Luís Montenegro, fica muito difícil se não houver esclarecimentos do Governo justificar a posição de não haver comissão parlamentar de inquérito", disse. "Vai parecer às pessoas que estamos a esconder alguma coisa e que os políticos se juntaram para esconder a verdade", avisou.