Há mais portugueses a morrer em 2023 do que em 2019, o último ano sem pandemia. Apesar de continuar a haver mortes por covid-19, estas não correspondem à diferença entre os dois anos.
Segundo os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, o número de mortes em 2023 até setembro – 87.606 pessoas - está abaixo dos anos de pandemia, mas acima de 2019. Nesse ano, até setembro, tinham sido registadas 84.118 mortes em Portugal.
2023 não é, como 2019, um ano totalmente livre de pandemia – o fim da emergência de saúde relativamente à covid-19 foi declarado a 5 de maio, e ainda há mortes devido a infeções todos os meses. Mas essas mortes não explicam a diferença entre os dois anos.
O único mês de 2023 com menos mortes que 2019 é janeiro. A partir de fevereiro, há sempre mais portugueses a morrer do que há quatro anos. Mas a diferença, que chega a superar as 1.200 mortes em agosto, é sempre superior às mortes atribuídas à covid-19.
Há outra exceção nestes dados: a diferença de mortes entre 2019 e 2023 só é menor que as mortes por covid em abril deste ano.
Ao maior número de mortes de 2023 está a juntar-se um número ligeiramente menor de nascimentos. Até agosto, o último mês de 2023 para o qual há dados de óbitos em Portugal, tinham nascido menos 916 bebés do que até ao mesmo mês de 2019.
Isso faz com que a evolução do saldo natural – a diferença entre nascimentos e mortes – em 2023 esteja a ser mais negativa do que em 2019, e esteja, neste momento, a aproximar-se de 2020.
Apesar disto, 2023 está a ser um ano com mais nascimentos do que em 2022 – mas a diferença também é ligeira. Até agosto de 2022, tinham nascido 54.303 bebés. Até ao mesmo mês deste ano, nasceram 55.969 crianças.
Também os casamentos registados até agosto de 2023 estão ligeiramente acima dos de 2022. Com mais 373 cerimónias, estes números continuam a recuperar da queda forçada pela pandemia e consequentes restrições de saúde pública.
Essa recuperação significa, até, que estão a ser celebrados mais casamentos em 2023 do que em 2019 – a diferença é de mais de 2.300 cerimónias.