O presidente da Associação dos Médicos Católicos Portugueses discorda da legalização da morte assistida, mas, defende que, caso de avance nesse sentido, é necessária a realização de um referendo.
“Lamento que se tenha tomado esta iniciativa, mas uma vez que foi tomada, não me passa pela cabeça que numa questão destas não se ouça a opinião dos portugueses. Só o referendo é que poderá ser esclarecedor”, defende Carlos Rocha, em declarações à Renascença.
Durante o fim-de-semana, foi apresentado um manifesto pela despenalização da eutanásia.
Do ponto de vista de Carlos Rocha, o importante é apostar nos cuidados paliativos. “Sabemos que não são, neste momento, ainda, uma resposta suficiente, mas é neles que devemos apostar” quando o objectivo é diminuir o “sofrimento no fim da vida, particularmente nas doenças oncológicas e crónicas”, declara o presidente da Associação dos Médicos Católicos Portugueses.
Reflexão sobre aborto e adopção “gay”
Na semana em que os temas do aborto e da adopção por casais do mesmo sexo voltam ao Parlamento, a Associação dos Médicos Católicos Portugueses emitiu um comunicado.
O documento começa por lembrar aos deputados que são convocados a uma reflexão democrática, que exige participação e responsabilidade na protecção da vida humana de qualquer manipulação ou instrumentalização, seja ao nível físico, psicológico ou social.
No caso do aborto, estes médicos recordam a sua função de cuidadores da vida e elogiam os avanços da legislação anteriormente aprovada, em dois planos essenciais: favorece, por um lado, a protecção da maternidade e paternidade no apoio prestado a todas as mulheres grávidas; consagra, por outro, aos médicos a liberdade de objecção de consciência sem, no entanto, os afastar do processo de tomada de decisão favorecendo, assim, o acesso completo à informação disponível.
Já quanto à adopção por casais do mesmo sexo, a Associação dos Médicos Católicos reafirma que as crianças não podem ser usadas e instrumentalizadas por interesses individuais.
Mais: considera que tal adopção acarreta consequências imprevisíveis para a criança, com graves problemas para a construção da sua identidade psíquica e social.