O Departamento de Estado norte-americano disse que os EUA só reconheceriam um governo liderado pelos talibãs no Afeganistão se este respeitasse os direitos das mulheres e rejeitasse os terroristas.
"Quanto à nossa posição sobre qualquer futuro governo no Afeganistão, dependerá do comportamento desse governo. Dependerá do comportamento dos talibãs", disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, numa conferência de imprensa, esta segunda-feira.
O porta-voz adiantou que o enviado norte-americano Zalmay Khalilzad ainda se encontra no Qatar, onde as conversações com os talibãs se arrastam há vários meses, e que os responsáveis norte-americanos ainda estão a falar com os insurgentes no país.
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Usama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.