Resposta a Marcelo. Bloco quer acabar com “comissões bizarras” na banca
09-02-2018 - 15:53

Em resposta ao Presidente da República, a deputada Mariana Mortágua diz que os portugueses já fizeram demasiados sacrifícios pela banca.

O Bloco de Esquerda (BE) quer acabar com o que diz serem as “comissões bancárias bizarras” e respondeu ao Presidente da República, que pediu “sacrifícios” aos portugueses para recuperar a Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Em conferência de imprensa no parlamento, a deputada Mariana Mortágua explicou que "cabe à Assembleia da República proteger os clientes bancários das práticas predatórias da banca", considerando que "neste momento há novas condições políticas para conseguir aprovar legislação que vá mais longe nesta matéria".

O BE diz que a banca cobra por serviços que verdadeiramente não presta aos clientes e dá dois exemplos de “comissões bizarras”.

“O banco cobra uma comissão para ir buscar a prestação do crédito à habitação à nossa conta bancária. Não há nenhum serviço associado, o banco está simplesmente a retirar o dinheiro da prestação mensal do crédito à habitação, mas cobra uma comissão por esse serviço que, facilmente, se percebe que não faz qualquer sentido.”

“Da mesma forma, o banco cobra comissões elevadíssimas para passar uma declaração aos seus clientes de crédito bancário para dizer apenas que o crédito foi liquidado”, sublinha Mariana Mortágua.

Os dois projetos de lei do BE que dão entrada esta sexta-feira no Parlamento - e que vão ser remetidos para o grupo de trabalho para as comissões bancárias - visam, segundo Mariana Mortágua, por um lado, alargar o acesso e cobertura dos serviços mínimos bancários e, por outro, proibir as comissões excessivas nos créditos.

O Presidente da República disse, na semana passada, que a recuperação da Caixa Geral de Depósitos, que aumentou as taxas, “exige sacrifícios”.

O Bloco de Esquerda responde, agora, que os portugueses já fizeram demasiados sacrifícios pela banca.

“Os portugueses não fizeram outra coisa nos últimos anos a não ser sacrificar-se pelo setor bancário e o setor bancário não pode continuar a utilizar a permanente chantagem sobre os seus clientes”, acusa Mariana Mortágua.