A Igreja Católica portuguesa recomenda que se retome o “distanciamento entre os participantes” nas celebrações a partir do Natal, incluindo já na tradicional Missa do Galo.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) justifica o pedido com o “forte agravamento da atual situação pandémica”. Em declarações à Renascença, o porta-voz da CEP explica que este é sobretudo um apelo ao bom senso.
“Sim, é esse apelo ao bom senso, continuarem os cuidados que todas as comunidades têm tido nas celebrações litúrgicas até aqui. O facto de ser divulgado hoje tem a ver com as orientações do próprio Governo e com o forte agravamento da situação pandémica, sobretudo com esta nova variante Ómicron”, afirma o padre Manuel Barbosa.
O porta-voz da CEP reforça que, “na prática o que se retoma de novo é a questão do distanciamento dos participantes nas celebrações, que nesta altura não acontecia”.
“O resto são tudo medidas de prevenção que é preciso continuar, como o uso das máscaras, a higienização das mãos, o arejamento dos espaços celebrativos, e a sua higienização, a comunhão na mão, entre outras, que já sabemos”, sublinha.
O padre Manuel Barbosa explica que a Igreja decidiu antecipar este pedido aos católicos, mas que ainda antes do Natal a Direção-Geral de Saúde (DGS) dará orientações mais concretas sobre o distanciamento que se deve cumprir.
“É por isso que colocamos ‘adequado distanciamento’, e conforme as orientações, porque a DGS dará essa orientação. A última que tínhamos, quando ainda havia distanciamento, era um metro e meio, talvez seja essa medida que será, mas eles darão essa indicação”, refere o sacerdote.
Em entrevista à Renascença na última sexta-feira, o presidente da CEP sublinhava que “no Natal o problema não são as Igrejas”.
D. José Ornelas destacou a atitude responsável dos católicos ao longo da pandemia e disse não ver necessidade de reforçar as medidas para as celebrações religiosas que se aproximam, porque na Igreja já todos sabem como agir.
Mas, esta quarta-feira, face ao agravamento da situação sanitária e às medidas restritivas já anunciadas pelo Governo, a Igreja reforçou o apelo ao bom senso, pedindo que se retome o “distanciamento entre os participantes” já nas celebrações do Natal.
As celebrações públicas na Igreja Católica têm decorrido de acordo com as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa de 8 de maio de 2020 e “em consonância com as normas das autoridades de saúde”.
As mais de 80 indicações incluem normas para a higienização dos espaços, das pessoas e dos objetos de culto, o “obrigatório o uso de máscara” para todos e a adaptação de rituais litúrgicos para evitar o contacto físico, no contexto da pandemia.
[notícia atualizada às 13h02]