Os portugueses não foram insensíveis às dificuldades sofridas por cristãos perseguidos em várias partes do mundo e ao drama dos refugiados em geral, ajudados pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Num relatório divulgado esta segunda-feira, a fundação informa que em 2015 bateu os seus recordes de angariação de fundos, não só a nível global mas também em Portugal, onde os donativos registaram um aumento de 17% face a 2014, subindo para 2.6 milhões de euros.
A nível mundial o aumento foi de 15% e deixou a AIS com mais de 124 milhões de euros para ajudar os mais de 6.200 projectos que a organização desenvolve, sobretudo no Médio Oriente e em África, onde os cristãos são em muitos casos perseguidos pela sua fé.
Os donativos ajudaram a AIS a triplicar a sua assistência à Síria, por exemplo. Neste caso o dinheiro é transformado essencialmente em bens alimentares e em ajuda material para refugiados, mas noutras situações reverteu para a reconstrução ou restauração de locais de culto danificados pelo tempo ou por desastres naturais, ou para a compra de meios de transporte para ajudar padres, freiras e outros ministros da Igreja no cumprimento das suas funções.
No comunicado divulgado esta manhã, a AIS dá alguns números para ajudar a compreender a dimensão da assistência que presta. Ao todo são cerca de 11 mil os seminaristas que podem preparar-se para exercer o sacerdócio, em várias partes do mundo, graças à ajuda da organização e um número parecido de freiras recebem apoio material para desenvolverem as suas missões, por vezes em locais onde mais ninguém está presente para ajudar a população.
Por curiosidade, a AIS diz ainda que em 2015 foi celebrada uma missa a cada 22 segundos por intenção dos seus benfeitores, uma retribuição imaterial para quem dá de si para ajudar os outros.
A fundação Ajuda à Igreja que Sofre foi fundada em 1947 pelo padre holandês Werenfried van Straaten, inspirado directamente pela mensagem de Fátima. Actualmente tem delegações em muitos países e desenvolve a sua actividade em todo o mundo onde haja cristãos – independentemente de serem católicos ou não – em dificuldades. Muitos dos projectos que apoia directamente servem, também, cidadãos de outras religiões, sobretudo no Médio Oriente.