JMJ arranca com defesa dos jovens excluídos e marginalizados
23-01-2019 - 07:16
 • Ecclesia

Cerca de 75 mil pessoas participaram na missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude. O maior encontro mundial de jovens católicos começou terça-feira e decorre até domingo, no Panamá.

O arcebispo do Panamá presidiu, na terça-feira, no Campo de Santa Maria la Antígua,à Missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2019, perante milhares de jovens dos cinco continentes, evocando as situações de sofrimento que atingem as novas gerações.

“Desejamos que [a JMJ] seja um bálsamo para a difícil situação em que vivem, sem esperança, muitos deles, especialmente a juventude indígena e afrodescendente, a juventude que migra pela quase inexistente resposta dos seus países de origem”, disse D. José Domingo Ulloa Mendieta, na homilia da celebração.

O responsável falou num “acontecimento histórico” para o Panamá, com jovens de todo o mundo e voltado para “as periferias existenciais e geográficas”.

A homilia evocou as vítimas do tráfico de droga e de pessoas, do crime e de “tantos outros males sociais”.

D. José Domingo Ulloa Mendieta referiu que a primeira JMJ num país da América Central está particularmente atenta à situação dos afrodescendentes e dos jovens indígenas. "A Jornada Mundial da Juventude nesta região não poderia acontecer sem tornar visível a sua situação, porque eles representam uma percentagem significativa da população do continente, que vivem em situações de exclusão e discriminação, que os colocam na marginalidade e na pobreza”.

Na “capital da juventude do mundo”, o arcebispo do Panamá alertou para as propostas de uma “falsa felicidade” e falou na necessidade de uma “primavera juvenil” na Igreja Católica.

DOCAT oferecido aos peregrinos

O responsável adiantou que o Papa quis oferecer aos participantes a versão juvenil do Compêndio da Doutrina Social da Igreja, o DOCAT (livro e aplicação informática), “para tornar realidade a revolução do amor e da justiça”, com a coragem de “ser santos”.

Um santo defende os indefesos, o que não nasceu, mas também quem nasce na miséria; defende os migrantes, procura a justiça; reza, vive e ama a comunidade; é alegre e tem sentido de humor; luta sempre, sai de mediocridade, vive a misericórdia de Deus e partilha com o próximo”.

O maior encontro mundial de jovens católicos decorre até domingo. O Panamá tem pouco mais de quatro milhões de habitantes, 88% dos quais católicos, e recebe o Papa Francisco esta quarta-feira, para cinco dias de visita.

Antes da JMJ 2019, decorreram os chamados “Dias nas Dioceses” e um Encontro Mundial de jovens indígenas, que mobilizaram milhares de participantes, em particular da América Latina; da Europa, o grupo mais numeroso é o da Polónia, com 7500 pessoas, seguindo-se a Itália, com 1500.

A delegação portuguesa tem 318 participantes, entre jovens e voluntários, acompanhados por seis bispos.

Esta é a terceira edição internacional da JMJ presidida por Francisco, depois de Rio de Janeiro, em 2013, e de Cracóvia, em 2016.