Quatro casos da nova variante de Covid-19 identificados na Madeira
28-12-2020 - 08:57
 • Carla Caixinha , Anabela Góis (entrevista)

Secretário de Estado da Saúde garante que já estão em Portugal outras 70.200 doses da Pfizer e acredita a vacina da farmacêutica Moderna chegue ao mercado no final de janeiro.

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Foram detetados quatro casos da nova variante da Covid-19 na ilha da Madeira, todos com origem no Reino Unido. A informação foi confirmada à Renascença pelo secretário de Estado da Saúde.

“Creio que eram quatro casos comunicados pelas autoridades regionais da Madeira. E esta nova estirpe terá vindo do Reino Unido”, revela Diogo Serras Lopes, garantindo não haver registo, para já, da nova estirpe do coronavírus SARS-CoV-2 no Continente.

A presença desta nova variante já tinha sido confirmada pela Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira, mas sem avançar um número.

Nesta entrevista, o secretário de Estado garantiu que já estão em Portugal as 70.200 doses que a Pfizer ficou de entregar esta segunda-feira, sendo que 9.750 vão para a Região Autónoma da Madeira e outras 9.750 para a Região Autónoma Açores que serão entregues pela própria Pfizer. “Não sabemos se ainda hoje, mas no máximo amanhã.”

Este responsável lembra ser necessário guardar mais 9.750 para a segunda fase dos profissionais de saúde que foram vacinados agora ou que vão ser durante estes dias. “Finalmente sobram-nos cerca de 40 mil doses, das quais metade vão ser distribuídas para hospitais do Serviço Nacional de Saúde e por outros hospitais do SNS e já alguns dos cuidados primários.”

Segundo Diogo Serras Lopes, a vacinação dos cuidados primários começará amanhã, ainda com poucas vacinas face aquilo que são ou que foram selecionados como os profissionais prioritários. “Entre os dias 29, 30 e 31 serão dadas cerca de 20 mil doses, um número superior ao que existiu nos primeiros cinco centros hospitalares”, referiu.

Um total de 4.534 profissionais de saúde foram vacinados até às 21h00 de domingo, primeiro dia da megaoperação de imunização em Portugal. A vacinação arrancou em cinco centros hospitalares de Porto, Lisboa e Coimbra.

Questionado sobre qual a próxima vacina a chegar à Europa, o secretário de Estado acredita que é a da farmacêutica Moderna no final de janeiro, mas que tudo está dependente da aprovação da Agência Europeia do Medicamento (EMA na sigla inglesa).


E quando poderá começar a existir uma redução da mortalidade? Diogo Serras Lopes diz ser necessário assistir-se a uma descida do número de casos.

“O pico de óbitos da semana passada está ligado ao pico de casos de meados de novembro. Sabemos que esta doença é particularmente letal nos grupos etários dos idosos. Penso que começaremos a assistir a alguma redução, caso a diminuição de casos se mantenha”, disse o secretário da Estado da Saúde.

Nesta entrevista lembra que não é por se ter iniciado a vacinação que as pessoas devem ter menos cuidado nas regras básicas: distanciamento físico, lavar as mãos e o uso de máscara.

A nova estirpe do coronavírus SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido, apresentada como mais contagiosa e que está a inquietar o mundo, já está a circular em vários países e territórios, dentro e fora da Europa.

Na sequência da identificação desta nova variante, diversos países, dentro e fora da Europa, decidiram suspender as ligações, nomeadamente aéreas, com o Reino Unido, uma lista que tem vindo a aumentar nas últimas horas.

A estirpe britânica do vírus já foi também detetada, pelo menos, em Portugal (ilha da Madeira), na Suécia, Itália, Holanda, Alemanha, França, Espanha, Dinamarca, Liechtenstein, Suíça, Canadá, África do Sul e no Japão.

A pandemia provocou pelo menos 1.758.026 mortos resultantes de mais de 80,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.