Aí está mais uma jornada de emoções nos estádios, nos sofás de muitas salas de casa onde não se perde um minuto dos grandes confrontos, no seu carro pela rádio, que o faz vibrar de emoção em cada relato.
Sim, o futebol é esse ritual de fim de semana que mobiliza milhares de portugueses. E milhões de euros em apostas.
340. É a média movimentada em apostas a cada jornada do futebol profissional português.
O número é avançado num artigo recente do Diário de Notícias.
E estamos a falar de tanto dinheiro que chega até a gerar preocupação.
Porque tantos milhões acabam por abrir a porta aos grupos organizados de ‘match-fixing’, ou seja, pessoas que apostam tanto em determinado resultado que levam a que a verdade desportiva acabe por ser adulterada.
Por via de subornos a diversos agentes desportivos, que podem ser jogadores, treinadores, dirigentes ou árbitros.
O principal campeonato de futebol gera um movimento que pode chegar aos 288 milhões de euros em apostas.
E só nas partidas entre os chamados três grandes (FC Porto, Benfica e Sporting), o montante pode chegar aos 100 milhões por partida.
Uma autêntica loucura.
Principalmente a avaliar pela discrepância do volume de apostas em jogos da II Liga. 10 partidas por jornada, cada uma delas a gerar um movimento de cinco milhões.
Ou seja, por semana, o segundo campeonato português rende 50 milhões, entre Placard e outras casas de apostas online.
E vem isto a propósito de viciação de resultados, no âmbito do processo Jogo Duplo.
27 envolvidos. Entre atletas e dirigentes de Leixões, Oliveirense e Oriental de Lisboa. E ainda empresários suspeitos de associação criminosa, corrupção activa e passiva e apostas fraudulentas.
O inicio do julgamento está marcado para 22 de fevereiro.
Mas este não é caso único. No final do ano passado 2017, quatro jogadores do Rio Ave foram constituídos arguidos.
Em causa uma investigação para apurar se receberam dinheiro para perder o jogo com o Feirense, da 20.ª jornada da época 2016/17.