O incêndio que lavra esta quinta-feira no concelho da Calheta, Madeira, obrigou ao encerramento de uma escola e do centro de saúde da freguesia da Fajã de Ovelha, decorrendo o fogo em várias frentes, indicou o presidente da Câmara.
"Estamos a combater o incêndio, não há outra forma de encarar esta realidade", afirmou Carlos Teles, numa altura em que a operação envolve 55 operacionais de diversas corporações de bombeiros, apoiados por sete meios terrestres e por um helicóptero.
As autoridades ainda não confirmaram se há casas ardidas ou não.
O presidente da Câmara Municipal da Calheta disse que os acessos à freguesia da Fajã de Ovelha estão encerrados, quer a via expresso, quer a estrada regional, e indicou que a autarquia pediu ajuda a empresas privadas, para disponibilizarem camiões cisterna para auxiliar no combate às chamas.
"Já temos quatro camiões cisterna a caminho", afirmou.
Já o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, António Nunes, disse à agência Lusa que o fogo está "bastante disperso" pela área das freguesias dos Prazeres, Fajã de Ovelha e Ponta do Pargo, vincando que a "preocupação dos bombeiros tem sido proteger as habitações".
"O mato vai ardendo, mas a grande preocupação, o grande foco dos bombeiros é proteger todas as habitações", afirmou.
O incêndio deflagrou na quarta-feira, cerca das 18h00, na freguesia dos Prazeres e motivou a retirada de 120 hóspedes de um hotel, tendo alastrado durante a noite à freguesia contígua da Fajã de Ovelha, onde agora lavra com mais intensidade, e, posteriormente, à freguesia da Ponta do Pargo.
Apenas três corporações de bombeiros da Madeira não estão envolvidas no combate ao incêndio da Calheta, nomeadamente as de Machico, São Vicente/Porto Moniz e Câmara de Lobos, sendo que esta se encontra a combater um fogo que deflagrou hoje na freguesia do Curral das Freiras.
"Este não é um incêndio florestal, é um incêndio numa área urbana", alertou o presidente da Câmara Municipal da Calheta, explicando que ocorre numa zona com muitas casas, terrenos agrícolas e pequenas manchas de floresta.
O secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, encontra-se no local e, em declarações à Antena 1, afirmou que já foi identificado um suspeito de ter ateado um fogo naquele concelho.
De acordo com o Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, desde o dia 4 de outubro foram registados vários focos de incêndios nos concelhos da Ribeira Brava, Ponta do Sol, Câmara de Lobos e Calheta, todos localizados na zona oeste da ilha.
O arquipélago da Madeira encontra-se em aviso meteorológico laranja desde a semana passada devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, que diariamente ultrapassa os 30 graus, situação que se vai prolongar até às 18h00 de sábado.