Ainda antes de ser conhecida a orgânica do novo Governo, os estudantes já tinham avisado para esse perigo e assim que ficaram a saber que esta área vai ficar no Ministério da Educação, Ciência e Inovação, acusaram Luís Montenegro de desvalorizar o Ensino Superior.
“Demonstra um claro desrespeito pela importância e especificidades do ensino superior e da importância estratégica da ciência para o crescimento económico do país. Ao não atribuir um ministério próprio, o governo deixa claro que não reconhece a necessidade de políticas e investimentos específicos para promover a excelência e a valorização desta área em Portugal”, lê-se no comunicado enviado às redações assim que foi revelado o nome dos ministros do Executivo.
Os estudantes consideram que este superministério tem muitas matérias importantes e que a Educação vai ocupar tanto tempo ao novo ministro que vai ser difícil ter tempo para o ensino superior.
“Sabemos que as dificuldades que terá em lidar com os problemas do ensino básico e secundário, que vai ser difícil priorizar os desafios do superior”, diz João Pedro Pereira, em declarações à Renascença.
O presidente da Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico não fica convencido com o facto de o futuro ministro Fernando Alexandre ser professor universitário e não percebe a estratégia quando é criado um novo Ministério da Juventude.
“Sabemos, e muito bem, que foi criado um ministério da juventude, mas depois dizemos ao país que a formação dos jovens já não é a nossa prioridade”, refere João Pedro Pereira.
O movimento estudantil do Ensino Superior está a preparar um caderno de encargos com várias matérias que querem ver resolvidas, para entregar ao primeiro-ministro.