Fim de uma era: demolição da refinaria de Matosinhos começa esta segunda-feira
23-10-2023 - 08:10
 • Renascença

O projeto de reconversão dos terrenos da refinaria prevê criar até 25 mil empregos num prazo de dez anos.

Os trabalhos de demolição dos terrenos da antiga refinaria de Matosinhos, que tem um total de 237 hectares, arrancam esta segunda-feira, vão começar o

Segundo a Galp, os trabalhos vão decorrer durante cerca de dois anos e meio e incluem um vasto conjunto de medidas para monitorizar, controlar e mitigar possíveis constrangimentos pontuais, sejam eles relacionados com ruídos, poeiras, odores ou movimento de viaturas.

A primeira fase do plano de demolição vai ser realizada na zona sul nos tanques de armazenagem. O plano foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), estando a Galp comprometida com o seu cumprimento rigoroso, adotando todas as medidas para proteger as pessoas envolvidas e minimizar possíveis riscos para a saúde pública e o ambiente.

Esta será a fase mais visível de um processo de desativação que já começou em 2021. Até ao momento existiu a paragem das unidades processuais e a limpeza e desgaseificação de todos os equipamentos e tubagens de modo a garantir a eliminação de hidrocarbonetos e produtos.

Finalizada esta fase, inicia o processo da reabilitação ambiental dos solos.

E depois destes processos todos?

A Galp e a Câmara Municipal de Matosinhos chegaram a acordo sobre os princípios orientadores para o projeto de reconversão na área da antiga refinaria. O objetivo passa por atrair investimentos nacionais e internacionais que garantam emprego qualificado, nomeadamente através da configuração de um hub tecnológico, estruturado num polo universitário, um parque tecnológico e em centros empresariais.

Entretanto, este ano foi anunciada a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que vai contar com a colaboração da Fundação Oceano Azul.

A reconversão também deverá garantir uma estrutura urbana plural nas suas diferentes escalas e modos de mobilidade, aplicando princípios urbanísticos das 'Eco Smart Cities15', em harmonia com o ecossistema ambiental e respeitando as caraterísticas específicas de frente marítima.

O encerramento da refinaria foi comunicado pela Galp em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo muito criticado pelos sindicatos. As operações de refinação foram concluídas em abril de 2021, mas mais de 30% do total dos trabalhadores vão manter-se no âmbito das operações de desmantelamento e descontinuação.

Em maio de 2021, a Galp deu início a um despedimento coletivo de cerca de 150 trabalhadores da refinaria, chegando a acordo com 40% dos cerca de 400 colaboradores. A petrolífera justificou a decisão de encerramento com o contexto europeu e mundial da refinação, com os desafios da sustentabilidade e com as características das instalações.

A Galp não prevê quaisquer condicionamentos nos acessos às praias e passadiços durante o processo de demolição. Todos os trabalhos previstos cingem-se ao interior da refinaria, não estando prevista qualquer ocupação prolongada do espaço público.

A Galp lançou ainda um site, para consulta das medidas de mitigação, com vista a "disponibilizar e atualizar as informações relativas ao decurso dos trabalhos de demolição".