Os trabalhos de demolição dos terrenos da antiga refinaria de Matosinhos, que tem um total de 237 hectares, arrancam esta segunda-feira, vão começar o
Segundo a Galp, os trabalhos vão decorrer durante cerca de dois anos e meio e incluem um vasto conjunto de medidas para monitorizar, controlar e mitigar possíveis constrangimentos pontuais, sejam eles relacionados com ruídos, poeiras, odores ou movimento de viaturas.
A primeira fase do plano de demolição vai ser realizada na zona sul nos tanques de armazenagem. O plano foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), estando a Galp comprometida com o seu cumprimento rigoroso, adotando todas as medidas para proteger as pessoas envolvidas e minimizar possíveis riscos para a saúde pública e o ambiente.
Esta será a fase mais visível de um processo de desativação que já começou em 2021. Até ao momento existiu a paragem das unidades processuais e a limpeza e desgaseificação de todos os equipamentos e tubagens de modo a garantir a eliminação de hidrocarbonetos e produtos.
Finalizada esta fase, inicia o processo da reabilitação ambiental dos solos.
E depois destes processos todos?
A Galp e a Câmara Municipal de Matosinhos chegaram a acordo sobre os princípios orientadores para o projeto de reconversão na área da antiga refinaria. O objetivo passa por atrair investimentos nacionais e internacionais que garantam emprego qualificado, nomeadamente através da configuração de um hub tecnológico, estruturado num polo universitário, um parque tecnológico e em centros empresariais.
Entretanto, este ano foi anunciada a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que vai contar com a colaboração da Fundação Oceano Azul.
A reconversão também deverá garantir uma estrutura urbana plural nas suas diferentes escalas e modos de mobilidade, aplicando princípios urbanísticos das 'Eco Smart Cities15', em harmonia com o ecossistema ambiental e respeitando as caraterísticas específicas de frente marítima.
O encerramento da refinaria foi comunicado pela Galp em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo muito criticado pelos sindicatos. As operações de refinação foram concluídas em abril de 2021, mas mais de 30% do total dos trabalhadores vão manter-se no âmbito das operações de desmantelamento e descontinuação.
Em maio de 2021, a Galp deu início a um despedimento coletivo de cerca de 150 trabalhadores da refinaria, chegando a acordo com 40% dos cerca de 400 colaboradores. A petrolífera justificou a decisão de encerramento com o contexto europeu e mundial da refinação, com os desafios da sustentabilidade e com as características das instalações.
A Galp não prevê quaisquer condicionamentos nos acessos às praias e passadiços durante o processo de demolição. Todos os trabalhos previstos cingem-se ao interior da refinaria, não estando prevista qualquer ocupação prolongada do espaço público.
A Galp lançou ainda um site, para consulta das medidas de mitigação, com vista a "disponibilizar e atualizar as informações relativas ao decurso dos trabalhos de demolição".