Cinco anos depois do momento mais alto da história do futebol português, a seleção nacional entra em campo para defender o título conquistado em Paris.
É o primeiro dia do Euro 2020 para Portugal e a equipa parte, de novo, com a esperança de que o último seja o de festa, após a final, marcada para 11 de julho, em Londres.
Budapeste, 17h00, bancadas sem necessidade de preenchimento criativo, decoradas por 60 mil que vão encher a Puskas Arena. É o Hungria-Portugal, um "remake" do Euro 2016, em que as duas equipas também se encontraram na fase de grupos.
A sombra da Covid-19 parece cobrir Budapeste de forma mais leve, a cidade desconfina mas, mais logo, todo o país, e outro, "o jardim à beira-mar plantado", de Tomás Ribeiro, confina com ele. Todos centrados à volta de um desafio que a história classifica de desigual.
Portugal nunca perdeu com a Hungria. Encontram-se hoje pela 14.ª vez e os números denunciam uma superioridade clara da seleção nacional: nove vitórias e quatro empates. O último, o de 2016, até soube a vitória. O 3-3 de Lyon foi a porta de acesso à fase em que Portugal eliminou quem lhe apareceu pelo caminho.
Versão 2016 vs Versão 2021
Em 2016, cantavam os jogadores, pouco importava se Portugal jogava bem ou mal, interessava era "levar a taça para o nosso Portugal". O espírito de conquista mantém-se, mas esta equipa é um versão diferente daquela que Fernando Santos conduziu ao título em Paris.
Isso ficou patente nos últimos cinco anos, em que, além do apuramento para o Euro 2020, Portugal venceu a primeira edição da Liga das Nações.
Há uma expetativa maior. Por um lado, óbvia, pelo estatuto de campeão. Por outro lado, baseada no exemplo de jogos recentes em que o futebol apresentado tem "nota artística".
Espera-se, por isso, que a seleção tenha uma presença mais musculada neste Europeu, mesmo perante adversários que com ela partilhem a condição de candidatos, como são os casos de Alemanha e França, que se seguem à Hungria.
Quem vai a jogo?
Adiado por um ano devido à pandemia de Covid-19, o Euro 2020 acontece sob uma nuvem de incerteza, devido ao risco de infeção. Poucas são as exceções e Portugal não é uma delas.
Fernando Santos foi obrigado a prescindir de João Cancelo - o lateral-direito do Manchester City seria titular -, depois de um teste positivo à Covid-19. Assintomático, Cancelo terá sentido tudo por ver um sonho desfeito.
O selecionador chamou Dalot, que voou de urgência das férias no Dubai para o trabalho em Budapeste. Já tem muito para contar o jovem defesa de 22 anos, que ainda há uns dias disputou a final do Euro sub-21.
É alternativa a Nelson Semedo, que será o titular esta tarde diante da Hungria. Sem lesionados, Fernando Santos terá algumas dúvidas em como preencher o meio-campo.
Rúben Neves, William Carvalho, Sérgio Oliveira, Danilo Pereira e João Moutinho são cinco opções para dois lugares. Rúben e William, aparentemente, levam vantagem sobre a forte concorrência.
Aí residem as interrogações do 11 que a Renascença avança como provável:
Rui Patrício, Nelson Semedo, Pepe, Rúben Dias e Nuno Mendes; Rúben Neves, William Carvalho; Bruno Fernandes, Bernardo Silva e Diogo Jota; Cristiano Ronaldo.
Portugal vai apresentar-se num 4x2x3x1, com quatro defesas, dois médios-centro, um médio-ofensivo, que funcionará como 10 e segundo avançado, dois extremos e um ponta de lança. Um sistema que, naturalmente, começa com o número um de Patrício, na baliza.
Do outro lado estará uma Hungria que não perde há nove meses. Registo impressionante e que inspira cautelas. Treinada por um antigo defesa, o italiano Marco Rossi, a equipa húngara destaca-se, precisamente, pela sua boa organização defensiva.
Estarão 60 mil na Puskas Arena, em Budapeste, a assistir à estreia dos campeões europeus. Serão cerca de cinco mil os portugueses nas bancadas.
Tudo para acompanhar ao pormenor na Renascença, com comentários de Jorge Silas, José Gomes e João Henriques. O relato, em direto da Hungria, é do Pedro Azevedo. Tudo ao minuto em rr.sapo.pt.