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Com o evoluir da pandemia e o aumento do número de casos de Covid-19, os médicos de família não têm mãos a medir e os utentes queixam-se da falta de consultas e das dificuldades para ligar e ser atendido num centro de saúde. Mas a Associação de Médicos de Medicina Geral e Familiar diz que há demasiadas tarefas burocráticas para tão poucos profissionais.
“Precisamos que nos sejam dadas as condições para que, no terreno, consigamos exercer as nossas tarefas e também para que, apesar disto tudo, consigamos ser médicos de família por inteiro e não apenas médicos da pandemia”, diz à Renascença o novo presidente da associação.
Só no distrito de Évora os médicos de
família estão neste momento a seguir 300 idosos em de lares infetados com Covid-19.
Nuno Jacinto diz que só este número demonstra
conta as dificuldades sentidas ao nível dos cuidados primários.
Revela que “têm obrigação de ligar todos os dias para os nossos doentes Covid”, mesmo aqueles que estão assintomáticos, e que, dado o elevado número de casos ativos, torna escasso o tempo para outro tipo de assistência.
O presidente da associação queixa-se ainda que os médicos gastam tempo no cumprimento de tarefas burocráticas, como por exemplo “passar uma declaração de alta que poderia ser um processo automatizado assim que déssemos alta no sistema”.
Nesta entrevista, admite ser difícil entrar em contacto com os centros de saúde devido à falta de recursos humanos, apesar de terem sido distribuídos telemóveis que colmatassem a falta de centrais telefónica.
Nuno Jacinto garante que os centros de saúde não páram, mas foram obrigados a deixar os doentes habituais para segundo plano.
Em Portugal, morreram 7.377 pessoas dos 446.606 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Na quarta-feira registou-se um novo recorde máximo de novos casos diários: 10.027.