O segundo-comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) espera que possa haver esta quinta-feira algum alívio no combate ao incêndio que lavra desde sábado em municípios da Covilhão e da Guarda, embora reconheca que os operacionais no terreno enfrentam uma "tarde contínua de trabalho".
O incêndio, que o Ministério da Administração Interna já reconheceu ser "complexo" e exigir ajustes no combate no terreno, deflagrou no último sábado na localidade de Garrocho (Covilhã), tendo-se estendido a três municípios do distrito da Guarda (Manteigas, Gouveia e Guarda).
Apesar de ter tido uma evolução favorável durante a noite, o incêndio continua ativo, destacou Miguel Cruz em conferência de imprensa.
“Vamos ter uma tarde contínua de trabalho, considerando que com as condições meteorológicas, como a subida natural de temperatura e a redução da humidade relativa e o perímetro com vastas áreas muito quentes, irão surgir situações de alguma preocupação que temos de debelar rapidamente, mas que estamos preparados para o fazer”, referiu o responsável aos jornalistas a partir da Junta de Freguesia de Valhelhas.
A área compreendida entre Manteigas, Vale de Amoreira e Folgosinho é, nesta altura, a que preocupa mais os operacionais que combatem este fogo, que já fez 11 feridos e obrigou à retirada de 26 pessoas nos últimos dias.
“Até agora há a registar um total de 11 feridos, felizmente, sem gravidade, feridos ligeiros entre os combatentes e 26 deslocados temporariamente, que felizmente já regressaram a suas casas. Temos também a registar danos em dois veículos e duas habitações, não de primeira habitação”, salientou, Miguel Cruz.
O segundo-comandante da ANEPC disse ainda que os três Canadair estiveram inoperacionais na quarta-feira, um por avaria mecânica e os outros dois devido a uma inspeção por causa das horas de voo.
“Neste momento já temos uma aeronave operacional e que está no teatro de operações. Tivemos, efetivamente, ontem a imperatividade de duas destas aeronaves, sendo o que, o que está consagrado contratualmente, é que a terceira aeronave substitui uma delas”, esclareceu.
“Naturalmente”, prosseguiu, “temos de contar que as máquinas também falham e que necessitam de revisão, foi o que aconteceu com esta terceira aeronave que teve um processo de revisão de 50 horas de voo, o que é algo que tem forçosamente de acontecer. Houve aqui este infortúnio de coincidir com esta situação de imperatividade destas aeronaves”, acrescentou, Miguel cruz.
No combate ao incêndio estão cerca de 1.500 operacionais, o que é um número muito significativo de acordo com a Proteção Civil, além de 465 meios terrestres e 14 meios aéreos.
Quanto à área ardida até ao momento, estima-se em cerca de 10 mil hectares até quarta-feira, sendo, contudo, um “valor provisório”, e que será confirmado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.