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O presidente do PSD afirmou esta sexta-feira que o plano de desconfinamento do Governo tem "as balizas certas" e segue uma metodologia defendida pelos sociais-democratas, mas admitiu que teria sido mais prudente na reabertura das escolas do 1.º ciclo.
"Relativamente à decisão em concreto para segunda-feira, teria sido um pouco mais prudente na questão das escolas e não teria incluído já o primeiro ciclo. Atrasaria por 15 dias a abertura do primeiro ciclo", afirmou Rui Rio, questionado sobre o tema numa conferência de imprensa de apresentação de candidatos autárquicos em Coimbra.
O líder do PSD manifestou a concordância com a metodologia em que assenta o plano apresentado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, faseada e com base em indicadores definidos por especialistas.
"É uma metodologia que já deveria ter sido adotada há mais tempo, mas é melhor agora que nunca. O país tem as balizas certas para saber como vai evoluir", afirmou, acrescentando que os sociais-democratas já defendiam que a reabertura gradual teria de ser baseada em critérios objetivos.
Para Rio, o que foi anunciado por António Costa corresponde, "na componente estrutural", ao que o PSD tem vindo a dizer que é necessário fazer.
"Fixar indicadores que vão monitorizando níveis de confinamento que a sociedade vai tendo e que foram definidos por especialistas, eventualmente um pouco corrigidos pelo Governo", disse.
O líder do PSD disse concordar que seja a conjugação do índice de transmissibilidade (Rt) da Covid-19 com o número de casos diários que deve ditar "o andamento do confinamento e do desconfinamento".
"Estruturalmente, fazer assim parece-me bem e decidir, de quinze em dias, se se vai para um patamar maior de desconfinamento em função dos indicadores", acrescentou.
A única discordância concreta apontada por Rui Rio foi relativamente à reabertura do 1.º ciclo escolas já na segunda-feira, que justificou com o valor atual do Rt.
"Está abaixo do 1, mas tem-se degradado e tem-se aproximado do 1. É preciso perceber bem porque é que, em confinamento, o Rt se tem degradado, quando deveria estar a baixar. Agora que vamos desconfinar, corremos o risco de se degradar mais e passar o 1 e aí tudo volta ao princípio", alertou.
Rui Rio admitiu, contudo, que o país "não pode estar neste impasse permanente" e é preciso ter "alguma ousadia".
"Sabemos a força que as escolas têm para multiplicar o vírus, nos efeitos diretos e depois efeitos nos indiretos, eu teria tido esse cuidado", apontou, referindo-se à preferência por uma reabertura apenas depois da Páscoa das escolas do 1.º ciclo.
O primeiro-ministro anunciou na quinta-feira o plano de desconfinamento, que disse ser "a conta-gotas", e que prevê a abertura na próxima segunda-feira de creches, ensino pré-escolar e escolas do primeiro ciclo de ensino e as atividades de tempos livres (ATL) para as mesmas idades, sendo reaberto ainda o comércio ao postigo e estabelecimentos de estética como cabeleireiros.
O plano prevê novas fases de reabertura a 5 e 19 de abril e a 3 de maio, mas as medidas podem ser revistas sempre que Portugal ultrapassar os "120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias" ou que o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 ultrapasse 1.
A deslocação entre concelhos para a generalidade da população continua interdita nos dois próximos fins de semana e na semana da Páscoa (26 de março a 5 de abril), e o dever de recolhimento domiciliário vigora até à Páscoa.
Portugal registou esta sexta-feira 15 mortes relacionadas com a Covid-19 e 577 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Em Portugal, já morreram 16.650 pessoas dos 813.152 casos de infeção confirmados.