Os líderes do PS e PSD concordaram, esta segunda-feira, que o debate que os vai opor vai ser definidor para o futuro do país, com o socialista a alertar para "retrocessos" da AD que quer ser uma "mudança segura".
À chegada ao Cineteatro Capitólio, em Lisboa, onde vai decorrer o frente-a-frente que o vai opor ao líder do PSD, Luís Montenegro, em representação da Aliança Democrática (que junta sociais-democratas, CDS e PPM), o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, antecipou que o debate vai ser "definidor da sociedade portuguesa".
Pedro Nuno Santos defendeu que o PS, "ao longo destes anos, fez um trabalho muito importante, tem resultados para a apresentar", salientando que a "economia cresceu, os salários aumentaram, as pensões também aumentaram".
"Mas ainda temos problemas. Nós temos resultados, não estamos satisfeitos, e é por isso que nós queremos continuar a avançar. Essa é a nossa ambição", disse.
O líder socialista rejeitou estar nervoso para o debate, mas disse não esconder que vai ser "muito importante" porque vai opor duas "pessoas das quais um deles será primeiro-ministro".
"É isso que está em causa. Teremos um partido que foi e será responsável no futuro pelo progresso económico e social em Portugal, que pode garantir estabilidade, ou um partido que não consegue liderar o seu espaço político e que, verdadeiramente, quer liderar é retrocessos em matérias importantes para nós, como o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", disse.
Pedro Nuno Santos defendeu ainda que a Aliança Democrática tem um "programa que é uma aventura fiscal e de grande irresponsabilidade orçamental".
Luís Montenegro, que chegou poucos minutos depois de Pedro Nuno Santos ao Capitólio, considerou que este debate é "muito relevante e importante para esclarecer os portugueses sobre os propósitos" das candidaturas da Aliança Democrática e do PS, "que verdadeiramente disputam a liderança do próximo governo".
"Teremos ocasião de trocar argumentos e dar aos portugueses todos os instrumentos necessários para tomarem uma opção. Essa opção marcará não só os próximos quatro anos do país mas aquilo que nós ambicionamos ser nas próximas décadas", salientou.
O presidente do PSD mostrou-se convicto de que este debate será "mais uma oportunidade para esclarecer os eleitores portugueses para a necessidade de empreender em Portugal uma mudança, uma mudança segura" que traga "mais criação de riqueza, mais força na economia para pagar melhores salários".
Montenegro quer também "restabelecer a relação de confiança do Estado com os cidadãos naquilo que é mais fundamental na vida das pessoas: o acesso a saúde, à educação e habitação".
"Eu tenho uma ambição muito forte, muito convicta que Portugal não tem que ser isto não tem que ser esta situação em que as pessoas têm que emigrar, nomeadamente os mais jovens, em busca de uma oportunidade. Nós temos no país potencial humano e coletivo para podermos ser um país que oferece oportunidades a todos", considerou.
À entrada do Capitólio, cerca de duas dezenas de militantes da Juventude Socialista (JS) - entre os quais o seu secretário-geral, Miguel Costa Matos - aguardavam os dois líderes, tendo recebido ambos com cânticos de "o povo vai votar e o PS vai ganhar".
Momentos depois da entrada dos dois dirigentes, um protesto das forças de segurança (PSP e GNR) chegou ao Capitólio, vindos do Terreiro do Paço, em Lisboa, onde hoje tinham uma manifestação marcada.