Os últimos desenvolvimentos na economia e a dificuldade do PS em explicar o seu programa contribuíram para a derrota nas eleições legislativas. O diagnóstico foi avançado à Renascença pelo histórico socialista Vera Jardim.
O PS tem agora que “ver o que correu mal”, porque “pior cego é aquele que não quer ver”, refere o antigo ministro da Justiça.
“Assistimos a um conjunto de desenvolvimentos da economia portuguesa. Há sinais bons e positivos na economia e isso ajudou a coligação”, prosseguiu Vera Jardim, sublinhando que isso não significa que os portugueses estejam a viver melhor.
“O PS tem de se manter atento aos sinais da Europa e da sociedade portuguesa. A sociedade teve confiança que a coligação iria dar mais condições de progresso do que eventualmente o programa do PS.”
Para Vera Jardim, os eleitores “não acreditaram” que o “programa alternativo do PS” fosse o melhor caminho para o país e deram a vitória à coligação PSD/CDS, que “não tinha programa”.
“A dificuldade em explicar o programa do PS e a facilidade de a coligação explicar o seu não programa” acabaram por ser factores decisivos, argumenta o histórico socialista.
Em relação ao Orçamento do Estado para o próximo ano, Vera Jardim defende que, em primeiro lugar, o “PS deve ver o Orçamento” e, eventualmente, chegar a um compromisso com uma coligação que poderá não ter maioria absoluta.
“Os partidos são importantes, mas agora é hora de os partidos pensarem no país”, sublinha Vera Jardim.