O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quarta-feira que em breve vai "regressar à escola", num discurso em que sublinhou a necessidade da constante atualização de conhecimentos para não perder o comboio da transição digital.
"A dinâmica de transformação e do conhecimento vai-nos tornar a todos rapidamente desatualizados naquilo que sabemos e, portanto, vamos ter ao longo da vida de regressar mais vezes à escola. É o que me vai acontecer, aliás, brevemente", referiu Costa em Barcelos, durante a inauguração de uma residência para estudantes do Instituto Politécnico do Cávado e Ave.
O chefe do Governo sublinhou que a transição digital "vai obrigar a fazer diferente do que se fazia", sendo que, em certos casos, serão as máquinas a fazer um conjunto de atividades que até aqui são feitas por pessoas.
"É preciso dar uma nova oportunidade, uma nova carreira, um novo horizonte de vida a quem vai deixar de fazer o que a máquina vai passar a fazer por ele", disse.
Para António Costa, é preciso olhar "para as gerações que ainda vão ser ativas" e dar-lhes novas oportunidades para poderem regressar ao sistema educativo e obterem novas qualificações.
Por isso, defendeu que é preciso fazer "um enorme investimento" na educação de adultos e na educação ao longo da vida.
Na sua intervenção, Costa afirmou ainda que o investimento em curso em residências universitárias é "absolutamente crucial" para Portugal atingir a meta de 60 por cento dos jovens até aos 20 anos frequentarem o ensino superior.
Costa sublinhou que, ao abrigo do Programa Nacional para o Alojamento de Estudantes do Ensino Superior (PNAES), financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o número de camas disponíveis vai aumentar em 78 por cento, até finais de 2026.
"Este é um dos programas fundamentais do PRR", referiu, lembrando que o alojamento é "uma das maiores barreiras" ao ingresso no ensino superior.
Por outro lado, Costa destacou a diversificação da oferta de universidades e politécnicos, classificando-a como "uma enorme mais-valia" para o país e para a qualificação da população.
A residência do IPCA hoje inaugurada custou mais de dois milhões de euros e tem capacidade para 62 camas.
Atualmente com 7.300 estudantes, aquele Politécnico era, até agora, a única instituição pública de ensino superior que não dispunha de qualquer residência.
Para 2025, está prevista a abertura de uma segunda residência, com capacidade para mais 133 camas.