O primeiro-ministro, António Costa, admitiu que o Governo confrontou a secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, acerca do caso em que está a ser investigado e que levou ao arresto das contas conjuntas com o marido Américo Pereira, ex-autarca de Vinhais e investigado pelo Ministério Público por crimes de corrupção ativa e prevaricação.
“Vou demitir uma mulher porque o marido foi acusado? Qual é o caso da ética? É ser casada com alguém que foi acusado?”, questionou o primeiro-ministro em plenário no Parlamento, criticando o “populismo” do Bloco de Esquerda, depois de Catarina Martins ter classificado de “imprudente” a nomeação de uma governante “com tanto por explicar”, referindo que o PS “é o partido que mais alimenta a extrema direita com casos”.
Costa diz que o Ministério Público “já investigou tudo sobre o caso” e garante: “Quando for ferida a ética republicana, a secretária de Estado será demitida. Tal como se eu a ferir, eu próprio me demitirei. Se eu cometer um crime, sou eu o criminoso. Mais ninguém é responsável”, disse.
O primeiro-ministro indica que, após a notícia divulgada esta quinta-feira no Correio da Manhã, que dá conta de que a nova secretária de Estado da Agricultura tem diversas contas arrestadas, na sequência de uma investigação que visa o marido, ex-presidente da Câmara de Vinhais, o Governo questionou Carla Alves sobre a situação, que negou os valores não declarados.
No caso, em que surge apenas o nome do marido Américo Pereira, a acusação do Ministério Público exige que cerca de 700 mil euros sejam devolvidos ao Estado, na impossibilidade de justificar a sua proveniência.