“O que me espanta é a Esperança”. É esta a frase que vai ecoar pela Gare Marítima de Alcântara em Lisboa, este sábado e domingo, com a edição de 2023 do Meeting Lisboa. Organizado pelo movimento Comunhão e Libertação, o evento foca-se este ano no tema da Esperança, inspirado no trabalho da associação Memorial.
Com origens russas, esta organização dedica-se à defesa da dignidade e dos direitos humanos e acabou banida pelo Kremlin depois de se mostrar contra a ofensiva na Ucrânia. No ano passado, a associação foi a galardoada com o Prémio Nobel da Paz devido ao seu contributo social – e que já a tinha feito ganhar o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu em 2009.
O grande destaque da edição deste ano do Meeting Lisboa vai para uma exposição organizada a partir do arquivo desta associação. “Homens, apesar de tudo” reúne fotografias de objetos que pertenciam a prisioneiros de Gulags da era estalinista da União Soviética. No domingo, pelas 15h30, este tema vai ainda ser o ponto de partida para um debate entre Elena Zhemkhova, cofundadora da Memorial, e Marta dell’Asta, da Fundação Rússia Cristã, e que conta com a moderação do médico Pedro Caiado Ferreira.
À Renascença, Catarina Almeida, da organização do Meeting Lisboa 2023, explica que o evento quer contribuir “para diferentes tipos de paz, não só para acabar as guerras entre países, mas também para acabar com as pequenas guerras que vivemos diariamente e que nos faz sermos violentos uns com os outros”.
Por isso, o programa quer ainda tratar de temas “centrais e desafiantes da atualidade”, como a inteligência artificial (IA) e as condições no trabalho. Este sábado, pelas 11 horas, o professor universitário Henrique Leitão e o especialista Hugo Pinto sentam-se à mesa para discutir as implicações para o futuro da IA, numa conversa moderada pelo consultor de informática Martim Ferreira.
Já no domingo, pelas 11h45, Bernard Scholz, presidente do Meeting Rimini (festival sediado em Itália e que inspirou a organização de um evento semelhante em Lisboa), junta-se a Nuno Pinto de Magalhães, chairman da Central de Cervejas, para debater o tema “Trabalhar no século XXI: para quê?”, sob moderação de Catarina Almeida, da Fundação Maria Ulrich.
No programa do Meeting Lisboa 2023, há ainda espaço para as artes. A vida e a obra do escritor francês Charles Péguy vão ser homenageadas na peça de teatro “A Criação começa amanhã de manhã”, que vai ter sessão dupla durante o fim de semana no Auditório @MLX, às 19h30 e às 21h30.
O Meeting Lisboa 2023 assume-se como uma iniciativa cultural para todas as idades e confissões e tem entrada livre.