Todos falaram sobre a queda da PT. Hoje fala Zeinal Bava
26-02-2015 - 06:00
A Portugal Telecom vai estar na mira das próximas audições da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES. A relação entre o banco e a empresa de telecomunicações tem dado que falar. Críticas, acusações, suspeitas e opiniões – todos tiveram uma palavra a dizer.
O Banco Espírito Santo e Portugal Telecom têm uma relação antiga. Desenvolveu-se à velocidade de muitas relações pessoais da qual a amizade entre Ricardo Salgado, ex-líder do BES, e Henrique Granadeiro, ex-presidente da PT SGPS, é a mais mediática, e outras tantas participações cruzadas.
Remontando a Julho de 2007, juntos valiam mais de 20 mil milhões de euros – mais de um quinto da bolsa nacional.
Eram outros tempos. Uma aplicação de 897 milhões da Portugal Telecom na Rioforte, que a 'holding' do Grupo Espírito Santo (GES) nunca pagou, tornou esta relação problemática, uma bomba-relógio para a telefónica. Graças a este negócio, os termos do acordo da fusão entre a Oi e a PT foram revistos – a favor da empresa brasileira. E a PT perdeu valor.
O investimento desastroso e a perda de valor da PT vão estar no guião dos deputados na hora de inquirir Zeinal Bava, ex-presidente executivo da Oi, esta quinta-feira. No dia 4 de Março, Henrique Granadeiro, apresenta-se perante os deputados e, no dia seguinte, será a vez de Luís Pacheco de Melo, ex-administrador financeiro da PT.
Nos últimos meses muito foi dito sobre a PT, o BES e as relações perigosas entre os dois grupos empresariais. Eis algumas das frases mais fortes.
"O único elemento que não previ no risco sistémico que admiti foi o que aconteceu com a Portugal Telecom". Ricardo Salgado, presidente da comissão executiva do BES. 09/12/14
"Não tenciono nacionalizar a PT e o Estado não tem de intervir numa empresa que é privada. Porque é que há-de intervir na PT e não noutras?". Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, em entrevista à RTP. 27/11/14
"Se o Governo está tão distante do problema da PT ou do Novo Banco por que injectou lá dinheiro?". Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. 10/10/14
"O Governo não foi consultado sobre essa operação [fusão entre a PT e a Oi]. Qualquer decisão não é reportável ao Governo". Pedro Passos Coelho, 10/10/14
"Sabe-se hoje que a Portugal Telecom funcionava como a tesouraria do Grupo Espírito Santo". Pedro Passos Coelho, 08/11/14
"O que é que dizem desse tempo em Portugal em que havia essa relação muito pouco transparente entre o poder do Governo, uma grande empresa privada, que tinha também capitais públicos, e um banco privado, que era dado como sendo o banco do regime?'. Pedro Passos Coelho, 08/11/14
"O que espero é que se evite o desmembramento da empresa". Cavaco Silva, Presidente da República. 10/11/14
"O que é que andaram a fazer os accionistas e os gestores desta empresa (Portugal Telecom)?", referindo-se a Zeinal Bava e Henrique Granadeiro. Cavaco Silva, Presidente da República. 10/11/14
"O que se passou tanto no grupo GES como na PT não tem a ver nem com gestão, nem com estratégia. Tem a ver com questões muito mais graves. Os tribunais dirão o que acontecerá. Agora o regulador, o Banco de Portugal, foi claro: foi fraude". Miguel Pais do Amaral, chairman da Prisa (que controla a TVI) e dono da Leya. 29/10/2014
"[Estou] surpreendido com a situação de incumprimento generalizado das obrigações do Banco Espírito Santo para com a PT no quadro da implosão do grupo GES. (…) Convivo bem com os meus actos mas não com os encargos e responsabilidades dos outros." Henrique Granadeiro na carta de renúncia citada pelo Económico. 07/08/14
"Neste inquérito (à PT), estão em causa suspeitas de participação económica em negócio e burla qualificada, investigando-se aplicações financeiras realizadas pela empresa". Procuradoria-Geral da República, em comunicado. 06/01/14
"Se houve promiscuidade entre o sistema financeiro e economia ou política, que venha tudo ao de cima e que os responsáveis sejam julgados." António José Seguro, à data secretário-geral do PS. 07/08/14
"Se algumas destas investigações procuram encontrar explicação para aquilo que eu próprio, enquanto governante há uns meses, classifiquei como inexplicável, tanto melhor". António Pires de Lima, ministro da Economia. 06/01/15
"Deram um desfalque na empresa. Fizeram um empréstimo pouco antes da empresa quebrar". Paulo Bernardo, ministro das Comunicações brasileiro, citado pelo "Diário Económico". 19/10/14
"O Governo não pode olhar para o caso da PT como se não lhe dissesse respeito". José Sócrates, ex-primeiro-ministro, em comentário à RTP. 12/10/14
"Eu não sou um governante socialista que vá dar palpites à PT sobre o que deve fazer, como no passado aconteceu com José Sócrates". António Pires de Lima, ministro da Economia, ao "Expresso". 11/10/14
"Aqueles que se indignam com o Governo por não salvar a PT - leia-se, não nacionalizar a PT, não assumir as perdas que foram provocadas por má gestão - o que é que dizem desse tempo em Portugal em que havia essa relação muito pouco transparente entre o poder do Governo, uma grande empresa privada que tinha também capitais públicos, e um banco privado que era dado como sendo o banco do regime?". Pedro Passos Coelho. 08/11/14
"Lamento que o primeiro-ministro esteja a refugiar-se no passado (...) quando deveria preocupar-se em dar contributos para a melhoria da situação do país e para a resposta de problemas tão sérios como os que atingiram o sistema financeiro e empresas que eram empresas de referência no universo empresarial português". José Vieira da Silva, vice-líder parlamentar do PS. 8/11/14
Remontando a Julho de 2007, juntos valiam mais de 20 mil milhões de euros – mais de um quinto da bolsa nacional.
Eram outros tempos. Uma aplicação de 897 milhões da Portugal Telecom na Rioforte, que a 'holding' do Grupo Espírito Santo (GES) nunca pagou, tornou esta relação problemática, uma bomba-relógio para a telefónica. Graças a este negócio, os termos do acordo da fusão entre a Oi e a PT foram revistos – a favor da empresa brasileira. E a PT perdeu valor.
O investimento desastroso e a perda de valor da PT vão estar no guião dos deputados na hora de inquirir Zeinal Bava, ex-presidente executivo da Oi, esta quinta-feira. No dia 4 de Março, Henrique Granadeiro, apresenta-se perante os deputados e, no dia seguinte, será a vez de Luís Pacheco de Melo, ex-administrador financeiro da PT.
Nos últimos meses muito foi dito sobre a PT, o BES e as relações perigosas entre os dois grupos empresariais. Eis algumas das frases mais fortes.
"O único elemento que não previ no risco sistémico que admiti foi o que aconteceu com a Portugal Telecom". Ricardo Salgado, presidente da comissão executiva do BES. 09/12/14
"Não tenciono nacionalizar a PT e o Estado não tem de intervir numa empresa que é privada. Porque é que há-de intervir na PT e não noutras?". Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, em entrevista à RTP. 27/11/14
"Se o Governo está tão distante do problema da PT ou do Novo Banco por que injectou lá dinheiro?". Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. 10/10/14
"O Governo não foi consultado sobre essa operação [fusão entre a PT e a Oi]. Qualquer decisão não é reportável ao Governo". Pedro Passos Coelho, 10/10/14
"Sabe-se hoje que a Portugal Telecom funcionava como a tesouraria do Grupo Espírito Santo". Pedro Passos Coelho, 08/11/14
"O que é que dizem desse tempo em Portugal em que havia essa relação muito pouco transparente entre o poder do Governo, uma grande empresa privada, que tinha também capitais públicos, e um banco privado, que era dado como sendo o banco do regime?'. Pedro Passos Coelho, 08/11/14
"O que espero é que se evite o desmembramento da empresa". Cavaco Silva, Presidente da República. 10/11/14
"O que é que andaram a fazer os accionistas e os gestores desta empresa (Portugal Telecom)?", referindo-se a Zeinal Bava e Henrique Granadeiro. Cavaco Silva, Presidente da República. 10/11/14
"O que se passou tanto no grupo GES como na PT não tem a ver nem com gestão, nem com estratégia. Tem a ver com questões muito mais graves. Os tribunais dirão o que acontecerá. Agora o regulador, o Banco de Portugal, foi claro: foi fraude". Miguel Pais do Amaral, chairman da Prisa (que controla a TVI) e dono da Leya. 29/10/2014
"[Estou] surpreendido com a situação de incumprimento generalizado das obrigações do Banco Espírito Santo para com a PT no quadro da implosão do grupo GES. (…) Convivo bem com os meus actos mas não com os encargos e responsabilidades dos outros." Henrique Granadeiro na carta de renúncia citada pelo Económico. 07/08/14
"Neste inquérito (à PT), estão em causa suspeitas de participação económica em negócio e burla qualificada, investigando-se aplicações financeiras realizadas pela empresa". Procuradoria-Geral da República, em comunicado. 06/01/14
"Se houve promiscuidade entre o sistema financeiro e economia ou política, que venha tudo ao de cima e que os responsáveis sejam julgados." António José Seguro, à data secretário-geral do PS. 07/08/14
"Se algumas destas investigações procuram encontrar explicação para aquilo que eu próprio, enquanto governante há uns meses, classifiquei como inexplicável, tanto melhor". António Pires de Lima, ministro da Economia. 06/01/15
"Deram um desfalque na empresa. Fizeram um empréstimo pouco antes da empresa quebrar". Paulo Bernardo, ministro das Comunicações brasileiro, citado pelo "Diário Económico". 19/10/14
"O Governo não pode olhar para o caso da PT como se não lhe dissesse respeito". José Sócrates, ex-primeiro-ministro, em comentário à RTP. 12/10/14
"Eu não sou um governante socialista que vá dar palpites à PT sobre o que deve fazer, como no passado aconteceu com José Sócrates". António Pires de Lima, ministro da Economia, ao "Expresso". 11/10/14
"Aqueles que se indignam com o Governo por não salvar a PT - leia-se, não nacionalizar a PT, não assumir as perdas que foram provocadas por má gestão - o que é que dizem desse tempo em Portugal em que havia essa relação muito pouco transparente entre o poder do Governo, uma grande empresa privada que tinha também capitais públicos, e um banco privado que era dado como sendo o banco do regime?". Pedro Passos Coelho. 08/11/14
"Lamento que o primeiro-ministro esteja a refugiar-se no passado (...) quando deveria preocupar-se em dar contributos para a melhoria da situação do país e para a resposta de problemas tão sérios como os que atingiram o sistema financeiro e empresas que eram empresas de referência no universo empresarial português". José Vieira da Silva, vice-líder parlamentar do PS. 8/11/14