“Cuidado! Invasoras Aquáticas” é o titulo da exposição que já pode ser visitada no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa.
“A exposição, cujos conteúdos são apresentados em três línguas, é composta por mais de 50 painéis que mostram espécies aquáticas invasoras da Península Ibérica, o seu grau de ameaça à fauna e flora autóctones, bem como as consequências e o impacto ambiental, socioeconómico e sanitário que estas espécies causam”, explica, em comunicado enviado à Renascença, a Universidade de Évora (UÉ), a única instituição de ensino superior que, em Portugal, colabora neste projeto.
É desenvolvido pelo Museu Nacional de Ciências Naturais (CSIC) de Madrid, no âmbito do projeto ibérico LIFE INVASAQUA, o qual, além da academia alentejana, conta com a participação da ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental e a SIBIC – Sociedade Ibérica de Ictiologia.
As espécies exóticas invasoras são, atualmente, uma das principais ameaças à biodiversidade aquática e aos serviços dos ecossistemas.
De acordo com a UÉ, “dentro da União Europeia (UE), os custos associados às espécies exóticas invasoras são de 12 mil milhões de euros por ano”, tendo o seu combate sido designado como um dos principais objetivos de gestão dos Ecossistemas da UE.
Os rios e estuários de Portugal e Espanha “contêm cerca de 200 espécies exóticas de fauna e flora, aumentando a uma taxa de cerca de duas espécies novas por ano”, é sublinhado.
Algumas destas espécies “têm grandes impactos económicos nos serviços dos ecossistemas e na biodiversidade, sendo importante aumentar a sensibilização para este problema”, alertam os promotores.
No que diz respeito a Portugal, algumas das espécies invasoras mais marcantes são, “o Siluro, um peixe que pode atingir 2,8 metros e 120 quilos de peso, o jacinto-de-água, o lagostim-vermelho-da-luisiana e o mexilhão-zebra”, sendo que este último “é um recém-chegado com potencial para, à semelhança do que sucedeu em Espanha, causar milhões de euros de prejuízos anuais”.
Alertar a sociedade civil e “diferentes grupos chave para a problemática das Espécies Exóticas Invasoras em ecossistemas aquáticos na Península Ibérica”, é o objetivo que orienta o projeto LIFE INVASAQUA.
Por outro lado, pretende-se também melhorar a gestão e reduzir os impactos destas espécies, “promovendo a difusão de informação e o intercâmbio de conhecimentos sobre soluções e práticas ambientais efetivas”.
Durante cinco anos, este projeto deverá contribuir para o aumento da sensibilização do publico em geral, “promovendo a formação dos setores envolvidos e criando um sistema internacional de deteção precoce e resposta rápida às espécies exóticas invasoras”.
A exposição “Cuidado! Invasoras Aquáticas” pode ser visitada na sala A042 do Museu nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa, até dia 31 de agosto.
No decorrer deste período, os promotores promovem também atividades educativas ligadas ao tema.