O social-democrata Marco António Costa pede a PS, PSD e CDS que cheguem a um entendimento para que se resolva a situação “insustentável” nas Forças Armadas denunciada pelo almirante Silva Ribeiro, Chefe do Estado-Maior General (CEMGFA), em entrevista à Renascença e ao jornal "Público". O responsável queixou-se da falta de recursos humanos, de adesão e retenção à carreira militar.
“Em relação à área da defesa tem havido um concertação estratégica”, notou o presidente da comissão parlamentar de Defesa. Marco António Costa concorda com a equiparação dos salários dos militares aos agentes da polícia e militares da GNR.
“Aquilo que o CEMGFA propõe não é nem mais nem menos do que uma decisão que repõe a justiça numa injustiça relativa. As nossas Forças Armadas têm tido uma perda de poder salarial muito efetivo e por isso é preciso haver um certo equilíbrio. Parece-me objetivamente a reposição de uma situação que é justa e que, fruto de várias circunstâncias ao longo dos anos, tem vindo a degradar-se”, observou.
Marco António Costa considera que o almirante Silva Ribeiro é “uma pessoa altamente ponderada”, que dá voz “a um sentimento que está instalado, e pede por isso uma “atenção muito forte” às suas palavras.
Miranda Calha, deputado socialista e vice-presidente da comissão parlamentar de Defesa, concorda que o retrato traçado pelo CEMGFA não pode deixar os governantes “indiferentes”. “Estamos a chegar a um ponto quase insustentável e penso que deve ser entendido como um alerta muito importante para os poderes constituídos em termos daquilo que são necessidades de apoio às nossas Forças Armadas, que têm desenvolvido as suas atividades em Portugal e em nome de Portugal de uma maneira brilhante e prestigiada”, afirma.
O socialista destaca os problemas no recrutamento e reconhece que as Forças Armadas precisam de “mais militares dentro dos seus diversos ramos” para cumprir as suas funções. Silva Ribeiro destacou na entrevista que centenas de militares rumam à PSP e GNR devido às melhores condições salariais apresentadas. Há pouco mais de 26 mil efetivos, quando o número previsto é de 32 mil.