O cessar-fogo parecia estar a manter-se antes deste lançamento de um foguete que, segundo o exército, aterrou numa zona aberta do sul de Israel, indicou a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).
Israel e grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza acordaram no sábado um cessar-fogo, após cinco dias de tensa escalada do conflito, que causou 35 mortos, a grande maioria dos quais habitantes de Gaza, bem como danos consideráveis na zona palestiniana.
Não houve qualquer reivindicação de responsabilidade pelo lançamento do foguete, nem qualquer reação imediata por parte de Israel, acrescenta ainda a AP, acrescentando que o lançamento representou um teste inicial para as tréguas negociadas com o Egito.
A última ronda de combates em Gaza foi desencadeada na terça-feira, quando os aviões a jato israelitas mataram três comandantes de topo do grupo militante Jihad Islâmica, em resposta a anteriores lançamentos de rockets a partir de Gaza.
Essas mortes provocaram uma barreira de fogo dos militantes e o confronto ameaçou arrastar a região para uma nova guerra total, até que o Egito mediou um cessar-fogo que se concretizou no sábado.
No entanto, o acordo não aliviou a situação dos dois milhões de habitantes de Gaza e de centenas de milhares de israelitas que, nos últimos dias, se tinham confinado em abrigos anti-bombas.
Em causa estão as questões que, ao longo dos anos, têm alimentado os numerosos confrontos entre Israel e os grupos militantes palestinianos na Faixa de Gaza, incluindo o bloqueio contínuo ao território, os grandes arsenais de armas do Hamas e da Jihad Islâmica e as políticas israelitas na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental.
A principal passagem de carga de Gaza para Israel reabriu hoje, depois de ter sido noticiado que o seu encerramento obrigaria a encerrar a única central elétrica de Gaza, agravando a crise energética.
Israel afirma que faz tudo o que está ao seu alcance para evitar ferir civis nos seus ataques, e aponta que os militantes operam a partir das zonas densamente povoadas do território para disparar foguetes indiscriminadamente contra as comunidades israelitas.
Israel e o Egito mantiveram um bloqueio sobre Gaza, no que Israel diz ser uma política destinada a impedir o armamento do Hamas, organização de resistência palestiniana.
Por seu lado, os palestinianos e os grupos internacionais de defesa dos direitos humanos afirmam que esta política, que restringe a circulação de pessoas e bens dentro e fora de Gaza, equivale a um castigo coletivo.
Israel conquistou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza na guerra do Médio Oriente de 1967, enquanto os palestinianos reclamam as três áreas para um futuro Estado.
Retirou-se de Gaza em 2005, mas o Hamas invadiu posteriormente o território e expulsou as forças leais à Autoridade Palestiniana, reconhecida internacionalmente.