O Presidente da República recebe na terça-feira, em Belém, representantes da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande.
A associação teve a sua primeira reunião a 23 de Junho, em Figueiró dos Vinhos, onde foram definidos os estatutos.
Na altura, os familiares das vítimas criticaram a falta de informação e de acompanhamento psicológico, numa reunião para debater os estatutos da futura associação de vítimas, na qual ponderaram avançar com um processo colectivo contra o Estado.
Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de Junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos e só foram extintos uma semana depois. Estes fogos terão afectado aproximadamente 500 imóveis, dos quais mais de 200 eram casas de primeira habitação.
A Procuradoria-Geral da República invocou a tranquilidade pública para divulgar a lista oficial de mortos do incêndio de Pedrógão, algo que segunda-feira garantia não poder fazer por se encontrar em segredo de justiça. A lista mantém o número oficial de 64 mortos directos.
Das vítimas do incêndio, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236-1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
Segundo o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais (EFFIS), arderam, entre 1 de Janeiro e 25 de Julho, 122.220 hectares de floresta em Portugal, sete vezes mais do que a média dos últimos oito anos em período homólogo.
Este sistema do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia, que apresenta as áreas ardidas cartografadas em imagens de satélite (com uma resolução espacial de 250 metros), mostra também que um terço da área ardida da União Europeia, até 25 de Julho, se registou em Portugal.