Um total de 7.354 pedidos de ajuda famílias endividadas chegaram à Deco nos primeiros três meses deste ano, indica um relatório a que a Renascença teve acesso.
O número é idêntico ao registado em igual período do ano passado, explica Natália Nunes, do gabinete de apoio ao sobreendividado da Associação de Defesa do Consumidor.
“Em 2014, foram mais de 29 mil famílias que nos pediram ajuda, sendo que no primeiro trimestre foram 7.500 famílias que entraram em contacto com a Deco a pedir ajuda. Este ano, exactamente no mesmo período, foram 7.300 as famílias que nos pediram ajuda.”
Segundo a Deco, estes números mostram que as famílias estão ainda com muitas dificuldades financeiras.
“Continuamos a verificar uma degradação da situação financeira da famílias, que leva a que muitas das famílias em situação de sobreendividamento que nos pedem ajuda não tenham já qualquer capacidade de reestruturar as suas dívidas”, afirma Natália Nunes.
Estas pessoas, explica, “têm fracos rendimentos decorrentes de situações de longo desemprego” ou então já voltaram a trabalhar “mas estão a receber o salário mínimo nacional, valor muito inferior ao que recebiam antes de entrarem em situação de dificuldade”.
“Muitas vezes os fracos rendimentos inviabilizam qualquer possibilidade de ajudar as famílias a reequilibrar financeiramente a sua situação”, diz Natália Nunes, do gabinete de apoio ao sobreendividado.
Dos mais de 7.300 pedidos de informação de famílias endividadas, a Deco abriu um total de 663 processos.
O desemprego e os cortes salariais, são razões apontadas para as dívidas. Há também um número crescente de casos relacionados com penhoras de dívidas de terceiros, mas também de dívidas pessoais com o fisco e, sobretudo, ligadas ao Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI).