Em todo o mundo, menos de metade dos bebés são amamentados. O número é avançado pela revista científica “The Lancet” que por estes dias publicou vários artigos sobre amamentação, a nível global.
Os investigadores científicos consideram que a indústria dos leites em pó é parcialmente responsável por esta realidade e recomendam que deviam ser proibidas as ações de publicidade e marketing a este tipo de produtos.
Nos artigos agora publicados, os especialistas revelam que, a nível global, apenas cerca de metade dos recém nascidos são apresentados ao aleitamento materno na primeira hora de vida e estimam que se perde mais de 320 mil milhões de euros, todos os anos, por benefícios da amamentação na saúde e desenvolvimento humano que não são atingidos.
Ouvido pela Renascença, o presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, Jorge Amil Dias, diz não ter acesso aos números sobre amamentação em Portugal.
Este especialista enaltece as vantagens do aleitamento materno e assegura que em Portugal essa é a primeira recomendação dos profissionais de saúde, mas recusa “demonizar” o setor dos leites em pó.
“Milhões de crianças e de adultos estão vivos hoje graças à qualidade das fórmulas infantis de que dispõe”, recorda.
Jorge Amil Dias reconhece que a “indústria faz o seu negócio”, mas assegura que a “interação entre a indústria e os profissionais” tem resultado numa “melhoria progressiva dos produtos e das fórmulas infantis”.
“Demonizar uma das partes neste processo ou tentar silenciá-la completamente não é útil para quem precisa destes produtos”, remata.