Caso dos e-mails. Vieira garante que "o Benfica e os benfiquistas podem dormir descansados"
17-10-2024 - 12:18
 • Eduardo Soares da Silva

Antigo presidente do Benfica é um dos acusados pelo Ministério Público no caso dos "e-mails", no qual estão sob suspeita crimes de corrupção e de fraude fiscal qualificada.

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Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica acusado pelo Ministério Público (MP) no caso dos "e-mails", garante que "os benfiquistas podem dormir descansados".

Em declarações à TVI e CNN Portugal, o ex-dirigente encarnado garantiu que "não é tempo para comentar diretamente as acusações" e considera que "haverá uma altura para o fazer".

"O Benfica e os benfiquistas podem dormir descansados, pois as acusações não têm qualquer fundamento. Que o treinador e os jogadores continuem focados para ganhar no campo", afirmou ainda.

Vieira, Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD encarnada, e as Sociedades Anónimas Desportivas (SAD) de Benfica e Vitória de Setúbal foram acusados no processo do caso dos e-mails, na terça-feira, e responderão por alegados crimes de corrupção e de fraude fiscal qualificada.

Já Rui Costa, atual presidente das águias, não foi criminalmente responsabilizado pelo Ministério Público, que não conseguiu recolher "qualquer indício" de que o antigo jogador tivesse conhecimento dos alegados atos praticados por Vieira.

Também ilibados foram os antigos dirigentes José Eduardo Moniz e Nuno Gaioso. Domingos Soares de Oliveira, ex-administrador da SAD do Benfica, passou de arguido a testemunha no processo.

Vieira, Gonçalves e as SAD de Benfica e Vitória estão acusadas pelo MP dos alegados crimes de corrupção em concurso com participação económica em negócio e fraude fiscal, devido a uma alegada simulação de compra e venda de jogadores com o suposto objetivo de injetar dinheiro no clube sadino, que atravessava grandes dificuldades financeiras, entre 2016 e 2019.

O Ministério Público pede que o Benfica seja suspenso de todas as competições desportivas.

Paulo Gonçalves também refutou as acusações de corrupção ativa e fraude fiscal, considerando-as “surreais” e sem “fundamentação legal”.

“Esta acusação é surreal e assenta numa tese destituída de fundamentação factual e legal. Na verdade, nenhuma das condutas ali descritas consubstancia qualquer crime, muito menos um crime de corrupção, na sua maioria traduzindo uma prática corrente no mercado de futebol, tanto a nível nacional como internacional”, reagiu Paulo Gonçalves, numa nota enviada à agência Lusa.

Já a Comissão de Instrutores (CI) da Liga de Clubes sugeriu o arquivamento do caso dos "e-mails" ao Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que aguarda por novas diligências da CI para tomar uma decisão no processo em que são visados Benfica e Vitória de Setúbal.

Em resposta a um pedido de comentário da Renascença, fonte do Conselho de Disciplina afirma que o processo esteve muito perto de ser arquivado por proposta da Comissão de Instrutores da Liga. A Liga de Clubes rejeitou comentar o tema.

[Atualizado às 12h28]