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“Portugal. A Europa é aqui” podia ler-se no púlpito que se manteve vazio a maior parte da noite na sede do CDS. No Largo Adelino Amaro da Costa as reações da noite em que o partido voltou a eleger o cabeça de lista Nuno Melo, como eurodeputado, centraram-se nas palavras de Assunção Cristas – a líder centrista que assumiu que os resultados ficaram “aquém”.
Na quinta-feira o CDS reúne o Conselho Nacional onde irá fazer a leitura dos resultados. Assunção Cristas confessou que queriam “eleger um segundo eurodeputado”, Pedro Mota Soares, mas o CDS só conseguiu colocar em Bruxelas “a voz firme” como lhe chamou Assunção Cristas, de Nuno Melo. A líder centrista referiu-se ainda à abstenção, considerando-a como “o maior obstáculo.”
Apesar do resultado europeu, a líder centrista considera que o CDS está “forte, unido, dinâmico, entusiasmado”, apontando baterias às eleições legislativas de outubro. “Continuaremos a defender e a trabalhar uma alternativa às esquerdas", garantiu Assunção Cristas.
No discurso, Nuno Melo assumiu-se como “o responsável” pelo resultado que ficou aquém da expectativa do CDS. O eurodeputado que já foi três vezes consecutivas cabeça de lista ás Europeias disse: “não transformo derrotas em vitórias” e lamentou não ter conseguido levar consigo para Bruxelas, Pedro Mota Soares.
"Não atingimos os nossos objetivos, queríamos eleger dois eurodeputados, logo, assumo os resultados. O Pedro Mota Soares não foi eleito, quem perde com isso não é o CDS, é Portugal. O resultado é o que é e tem um responsável: eu, que sou o cabeça de lista. Tenho a certeza que nas legislativas o partido dará cartas. Serei o representante de Portugal em Bruxelas", declarou o eurodeputado.
Já fora do púlpito dos discursos, Nuno Melo dizia aos jornalistas que “o país guinou à esquerda”, e que “em política e democracia as coisas são assim”. O eurodeputado reeleito referiu-se ainda à abstenção que foi “enorme” e que “terá a sua justificação”. Nuno Melo afirmou mesmo que “a esquerda é mais militante do que a direita. A direita tende mais em ir á praia, a esquerda tende mais em ir às urnas”
No Largo Adelino Amaro da Costa, na sede do CDS foi uma noite longa, de silêncio pesado e prolongado. A primeira reação foi às sete e meia da tarde e foi sobre a abstenção. Pelo meio surgiram nas televisões montadas na sala os vários rostos de outros candidatos, mas o CDS manteve-se em silêncio, mesmo quando ás nove e meia da noite, Carlos César do PS falava em “grande derrota da direita e do PSD e CDS”.
Na sede do CDS a primeira reação da noite coube a João Almeida, o porta-voz do partido falou sobre os primeiros dados conhecidos da abstenção para afirmar que se tratava de “um valor alto” e isso era “mau”, porque “confirma a tendência de vários atos eleitorais da abstenção a aumentar”. João Almeida referiu ainda que o “CDS fez uma campanha de proximidade”. Eram sete e meia da tarde. A outra reação do partido, levou três horas a surgir.
Quando foram conhecidas as primeiras projeções, avançadas pelas televisões SIC e RTP não houve qualquer declaração. Perante a perspetiva da eleição de um a dois eurodeputados não houve na sede do CDS qualquer reação, apenas a indicação de que era preciso esperar.
O dia na sede do CDS tinha começado cedo, com Assunção Cristas a chegar ao Largo Adelino Amaro da Costa pouco depois das cinco e meia da tarde e com Nuno Melo, o cabeça de lista ás europeias a chegar pouco depois das seis da tarde.